Número de ISPs do Brasil vai encolher muito, alerta fundador da Brisanet

Número de ISPs brasileiros deve encolher por incapacidade de investimentos altos para manter o nível de competitividade

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Na conferência dos resultados de 2022 feita nesta terça-feira, 21, José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, afirmou que os próximos anos serão completamente diferentes em termos de oportunidades para redes de fibra e, por isso, o número de pequenos provedores de internet (ISPs) vai encolher.

A tendência, disse ele, é que muitos fechem as portas por incapacidade de investir para fazer frente à expansão da fibra de empresas maiores.

O cenário não é nada favorável para os pequenos. A seu ver, dos mais de 15 mil ISPs hoje registrados na Anatel, podem sobrar 5 mil, no pior cenário, ou 8 mil, no melhor. Ele lembrou que hoje a receita dos pequenos é bastante pressionada pela forte competição entre eles nas periferias. E observou que há cidades médias e até pequenas com 8 provedores competindo pelo mesmo espaço.

A situação é ruim tanto para provedores pequenos, mas completamente legalizados, quanto para os irregulares, que não recolhem impostos e ocupam postes à revelia.

“Acredito que os ISPs, mesmo os que são irregulares, não vão sobreviver nos próximos anos. A situação hoje, daqui pra frente, será bem diferente do que vinha sendo, em que ao construir fibra vinham os clientes”, falou.

A seu ver, a necessidade de capital aumentou muito, e deve ser a principal razão para o número de ISPs encolher. “Agora, ou se investe muito, ou a empresa vai fechar em dois a três anos. E a maioria dos provedores regionais não tem o dinheiro para investir, ou não quer investir tanto dinheiro”, disse.

Por fim, comentou que vai haver uma seleção natural de sobreviventes. “Nas cidades onde existem 8 provedores, a competição vai reduzir para três. O Brasil não pode ter 15 mil provedores, então acho que vai baixar para entre 5 mil e 8 mil”, falou.

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Rafael Bucco

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