Novas constelações de satélites estrangeiros vão operar no Brasil
A Anatel publicou hoje, 17, as autorizações para que duas empresas operem no país constelações próprias de satélites estrangeiros de baixa órbita: Sateliot e Myriota.
A primeira, originária da Espanha, utiliza uma constelação de até 150 satélites para a entrega de serviços de conectividade em internet das coisas (IoT). Utilizará as faixas de frequências 1.994 MHz a 1.1996 no enlace de subida e 2.184 a 2.186 MHz no enlace de descida, pelo prazo de cinco anos contatos a partir desta terça-feira.
Para funcionar, a Sateliot não terá prioridade sobre o espectro, a fim de permitir o uso do espectro por outras constelações de satélites não-geoestacionários no Brasil, possibilitando a entrada de futuros interessados na mesma faixa de frequências.
A empresa solicitou aval para explorar 491 satélites, mas a Anatel concedeu direito de exploração de apenas 150 unidades. Isso porque a empresa disse que os planos preveem lançamento de 150 satélites, e os demais, caso houvesse confirmação da demanda. Para os técnicos da agência, pesou também a preocupação com a sustentabilidade espacial e a preocupação em garantir que o serviço seja de fato ativado.
Myriota
O caso da Myriota também prevê a construção de uma constelação, mas com 208 satélites de baixa órbita, para entrega de serviços de IoT. A empresa, que é australiana, pediu para utilizar as radiofrequências de 399,9 MHz a 400,05 MHz (enlace de subida) e de 400,15 MHz a 401 MHz (enlace de descida). Mas conseguiu aval para explorar o sistema pelos próximos 15 anos, por solicitar justamente o uso da faixa UHF.
Segundo a empresa, a implantação do sistema completo de satélites da Myriota proporcionará uma cobertura de pelo menos 99% do território do Brasil durante pelo menos 95% do tempo. A empresa tem até 2 anos para colocar o sistema em operação sobre o país. Também não poderá interferir no sinal de outros serviços satelitais de baixa órbita.
Kuiper
A constelação de satélites da Amazon já tinha sido autorizada em 2022 a operar no Brasil, mas atrasos em seu lançamento levaram a empresa a solicitar prazo adicional para o lançamento comercial. O pedido foi acatado, e com isso a empresa tem até 20 de junho de 2025 para ativar o produto. Sua constelação de órbita baixa prevê 3.236 satélites, que conforme decidiu a Anatel, poderão ser explorados por aqui por cinco anos.