Nova Oi terá receitas de R$ 15,5 bi em 2024

CEO da Oi, Rodrigo Abreu, apresentou hoje, 19, o plano estratégico da Nova Oi após a recuperação judicial. O executivo prevê continuidade do foco na expansão e nas vendas de banda larga em fibra, acréscimo de receitas com novos serviços e queda forte da participação da rede de cobre nos resultados da companhia até 2024.

A Oi anunciou hoje, 19, seu plano estratégico para enfrentar os próximos anos após as vendas de R$ 34,6 bilhões em ativos realizadas desde 2020. Segundo o CEO da companhia, Rodrigo Abreu, a Nova Oi será mais enxuta, ágil e, em 2024, terá receitas de R$ 14,8 bilhões a R$ 15,5 bilhões.

Esse montante virá principalmente das vendas de banda larga fixa por fibra óptica (FTTH), de serviços B2B da Oi Soluções, da entrada em novos negócios a partir de parcerias, da participação da sociedade na Infraco, e da Tahto, sua unidade de call center.

Segundo Abreu, o EBITDA (lucro antes impostos, depreciações e amortizações da companhia) ficará entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,3 bilhões em 2024. Além disso, a margem EBTIDA ficará entre 13% e 15%. Desconsiderando a rede legada de cobre da concessionária, a margem pode ficar entre 17% e 19%.

Receita de fibra vai triplicar

O CEO da operadora não poupou otimismo à reconfiguração da Oi durante a conferência com analistas financeiros na qual apresentou o plano estratégico para o triênio que se encerra em 2024. Segundo ele, a Nova Oi estará preparada para uma nova realidade em que velocidade da banda larga será um grande diferencial para elevação da receita, além de ter capacidade para mobilizar e vender serviços mesmo para clientes que não tenham conectividade fornecida pelo grupo.

Ainda assim, a expectativa para a expansão da rede de acesso em fibra óptica é grande. Abreu afirmou que a projeção é crescer 31% ao ano até 2024, chegado a 8 milhões de clientes até lá. Significa multiplicar em 2,3x a base de clientes de hoje em dia, adicionando 4,5 milhões de novos usuários.

A receita com FTTH vai mais que triplicar nesse período, afirmou. Passará dos atuais R$ 3 bilhões para R$ 9,3 bilhões, segundo ele. Tudo isso virá, disse, da reformulação dos planos, que ficarão mais simples de serem contratados. A venda será por velocidade, e os clientes poderão adicionar “plugins” ao pacote assinado. Entre os plugins estão IPTV, VoIP, Oi Play, OTTs.

Legado sofre

Em compensação, as receitas oriundas da concessão vão continuar encolhendo. Em 2024, estima, podem ser menores do que R$ 500 milhões, versus os mais de R$ 1 bilhão atuais. A expectativa da operadora é que o legado deixe de onerar o grupo a partir de 2026, após a migração e cumprimento de obrigações relativas à adaptação da concessão ao regime privado de autorização.

No lugar da rede legada, a Nova Oi aposta em novas receitas, aquelas resultantes de ofertas com parceiros e startups, que serão 10% do faturamento da companhia daqui três anos. Ou seja, atingirão R$ 1,5 bi.

Aposta também no B2B. A Oi Soluções deve manter o nível atual de receitas de R$ 2,6 bilhões, mas o mix vai mudar e ficar mais baseado em TI, que representará 40% do total em 2024.

Abreu também afirmou que o Capex deve diminuir e ficar mais razoável ao longo do tempo. Nos últimos anos a companhia reforçou a rubrica para garantir vantagem competitiva na fibra óptica. Atualmente a relação Capex/Receita é de 14%. Em 2024, espera-se que seja de 7,8%. A partir de 2026, sem ônus da concessão, deverá se estabilizar em patamares ainda mais baixos.

Abaixo, um resumo das projeções relatadas pelo executivo.

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Rafael Bucco

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