Norte-americana vence eleição e vai comandar a União Internacional de Telecomunicações

Eleição para liderança da UIT termina com vitória de Doreen Bogdan-Martin, que se torna primeira mulher a assumir posto de secretária-geral do organismo multilateral

A norte-americana Doreen Bogdan-Martin venceu concorrente russo na eleição para a secretaria-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Com isso, tornou-se a primeira mulher a comandar o organismo multilateral.

Ela assume o posto de secretária-geral no lugar do chinês Houlin Zhao a partir de 1º de janeiro de 2023. Terá mandato de quatro anos.

A UIT foi criada antes mesmo da ONU. Surgiu em 1865, e em 1947 se tornou uma agência da Organização das Nações Unidas.

A eleição se deu na Conferência de Plenipotenciários 2022 (PP-22), que acontece em Bucareste, na Romênia, e reúne representantes de todos os Estados-Membros da organização.

Martin recebeu 139 dos 172 votos computados.  O vice-secretário-geral da UIT será o lituano Tomas Lamanauskas, que recebeu 105 dos votos possíveis.

Em seu discurso de vitória, Martin afirmou que vai trabalhar para uma “conectividade significativa” das pessoas. Ou seja, não apenas universalização do acesso a telecomunicações, como um acesso que permita a inclusão social e uso qualitativo da internet. Ela também se diz comprometida em fazer a UIT contribuir para o atingimento das metas de desenvolvimento sustentável da ONU.

Martin tem 30 anos de carreira no setor de TICs, dos quais 28 dentro da própria UIT. Desde 2019, dirige o Departamento de Desenvolvimento das Telecomunicações do organismo.

Ao longo dos próximos dias, a eleição na UIT continua. Emissários dos 193 países que participam da PP-22 vai depositar também seus votos para formação do Conselho de Países, que tem 9 assentos reservados para nações das Américas e nove candidatos – um dos quais é o Brasil.

Também haverá a escolha dos participantes dos diversos grupos técnicos que compõem a UIT. O Brasil indicou um nome, Agostinho Linhares, para integrar o RRB (Radio Regulations Board), comitê que interpreta a regulação internacional de rádio, atualiza suas regras e decide sobre casos de coordenação entre redes de radiocomunicações. A última vez que o Brasil teve representante no RRB foi na década de 1990.

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Rafael Bucco

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