Nokia suspende dividendos para ampliar aportes em 5G
A Nokia divulgou hoje, 24, os resultados do terceiro trimestre do ano, encerrado em setembro. A companhia ressaltou, no relatório financeiro, ter fechado 48 contratos 5G e já ter ativado comercialmente 15 redes móveis do tipo mundo afora.
Apesar disso, avisou está sofrendo pressões de caixa e terá de suspender o pagamento de dividendos a acionistas. A companhia terminou o trimestre com € 344 milhões de caixa líquido, uma retração de € 160 milhões em função de financiamentos concedidos e da distribuição anterior de dividendos. O pagamento periódico aos acionistas só será retomado quando o caixa for recomposto a € 2 bilhões. Ao final deste ano, estimou a companho, o caixa líquido estará em € 1,5 bilhão.
Segundo Rajeev Suri, CEO da companhia, a fase de lançamento da 5G saiu mais caro do que o imaginado. O reflexo já foi visto no terceiro trimestre, com redução da margem bruta em função de altos custos de produção da primeira geração de equipamentos para as redes 5G, guerra de preços nos primeiros negócios de fornecimento da tecnologia, dificuldades em lucratividade da subsidiária chinesa, e a demora na definição da fusão entre a Sprint e a T-Mobile nos Estados Unidos, o que paralisou os investimentos de ambas as operadoras.
“Acreditamos que será possível reduzir tais riscos progressivamente ao longo do próximo ano. Para isso, vamos elevar investimento em 5G a fim de acelerar o lançamentos de produtos e baixar os custos de produção”, detalhou.
A Nokia registrou receitas de € 5,68 bilhões no terceiro trimestre, 4% a mais que no mesmo período de 2018. Conseguiu reverter o prejuízo operacional de € 54 milhões para lucro operacional de € 264 milhões. Ainda assim, a margem operacional sofreu queda de 1%. O lucro líquido ficou em € 87 milhões, ante prejuízo de € 127 milhões um ano antes.
Guidance
Em função da previsão de mares revoltos até pelo menos o final de 2020, a Nokia divulgou novas previsões de resultados.
Para 2019, reduziu a projeção de lucro. Diz que será o equivalente a € 0,18 centavos por ação a € 0,24 (antes previa ganho por ação de € 0,25 a 0,29). A margem operacional deve encerrar o ano em 8,5%, contra previsão anterior de 9 a 12%.
Em 2020, a empresa reduziu drasticamente a previsão de ganho por ação: passou de € 0,37 a € 0,42 para € 0,20 a € 0,30. A margem operacional mínima, que antes era de 12%, foi modificada para 8%.