Nokia inicia reestruturação para ter foco em “rede-como-serviço” a partir de 2021

CEO recém empossado anunciou mudanças significativas no modelo de negócio e avisa que a companhia vai investir mais em tecnologias 5G abertas e virtualizáveis.

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A Nokia anunciou hoje, 29, uma reestruturação total da companhia. As mudanças estratégicas alteram a forma como a fabricante de equipamentos de rede se posiciona, deixando de ser uma fornecedora de equipamentos e software de ponta-a-ponta, para ser dividida em unidades independentes.

As mudanças pretendem recolocar a companhia nos trilhos, uma vez que apresentou queda nas receitas no terceiro trimestre e vem enfrentando dificuldade em crescer diante dos concorrentes Ericsson e Huawei no mundo.

Em um mercado específico, o dos Estados Unidos, a empresa perdeu contratos, o que mereceu menção do novo CEO, Pekka Lundmark na carta aos acionistas divulgada hoje com os resultados trimestrais. Segundo ele, a Nokia não conseguiu acordos para fazer o upgrade de todos os equipamentos 4G que instalou no país para uma operadora. Além disso, vem sofrendo com a baixa dos preços. Isso terá impacto nos resultados de 2021 que, avisou, será um ano “desafiador”.

No terceiro trimestre, a Nokia reportou queda de 7% nas receitas, que somaram € 5,29 bilhões. O lucro operacional, porém, cresceu 33%, para € 350 milhões. O lucro líquido cresceu 133%, para € 203 milhões.

Nova estratégia

A nova estratégia do grupo é se tornar um fornecedor de redes-como-serviço, em que as operadoras e o setor corporativa paga pelo uso dos equipamentos de maneira contínua. Este novo modelo operacional passa a vigorar em janeiro de 2021 e será executado em três fases, que serão detalhadas em dezembro.

O que foi revelado até o momento é que atuais sete unidades de negócio da companhia serão reorganizadas e se tornarão quatro: Redes Móveis, Redes IP e Fixas, Nuvem e Serviços de Rede, e Tecnologia.

Além dessas unidades, haverá um aparato de “Customer Experience”, que vai reunir as equipes de vendas especializadas por cliente e o marketing. Também haverá os aparatos corporativos financeiro, jurídico, de recursos humanos e de estratégia e tecnologia – neste último ficará o Bell Labs.

O objetivo da companhia será atingir a liderança tecnológica a fim de superar a concorrência. Por isso, haverá foco de investimentos no desenvolvimento de produtos 5G baseados em arquiteturas abertas e que rodem em nuvem (OpenRAN e vRAN).

A meta é chegar ao final de 2022 com 100% da produção dedicada a equipamentos e software 5G. Até este trimestre, 37% da produção da companhia é de produtos 5G.

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Rafael Bucco

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