NEC reforça estratégia para sua participação no mercado de 5G

A empresa poderá atuar como fornecedora de tecnologia 5G, de software ou como integradora de soluções, dependendo da definição final de espectro que será utilizado no país

A NEC está aperfeiçoando sua estratégia para disputar espaço no mercado brasileiro de quinta geração de telefonia móvel. A empresa poderá atuar como fornecedora de tecnologia 5G, de software ou como integradora de soluções, dependendo da definição final de espectro que será utilizado no país. De qualquer forma, poderá contar com a retaguarda de sistema de financiamento conhecido mundialmente por praticar uma das menores taxas do mundo e com tecnologia já aplicada na Ásia com sucesso.

Participar da 5G no Brasil não significa para a NEC, necessariamente, um retorno para o mercado de acesso a redes de telefonia móvel no país. A empresa foi líder de mercado quando da implantação das plataformas de primeira e segunda geração no mercado brasileiro, com a tecnologia CDMA, mas decidiu não competir nessa área localmente a partir da escolha do padrão GSM por volta dos anos 2000. Dessa forma, se tornou a líder na integração de tecnologias da informação e redes com uma participação ativa junto às operadoras.

“Consideramos que a 5G é uma nova oportunidade porque não estamos mais falando de evolução tecnológica mas de uma revolução tecnológica”, disse Roberto Murakami, diretor de soluções de operadora. Para ele, não há mais vínculo com o passado o que recoloca todos os players nas mesmas condições em, praticamente, uma nova disputa por contratos.

A definição do espectro, assim como a arquitetura do leilão, será fundamental para que a NEC finalize sua estratégia. “Temos soluções muito próximas, em termos de espectro, ao que vem sendo cogitado para o mercado brasileiro. Talvez não tenhamos todas as faixas, talvez adaptemos algumas dessas plataformas para atender as operadoras no país”, ressaltou.

Murakami sabe que há entre as operadoras expectativas de novos players nessa área. “A NEC tem uma boa memória entre elas com o CDMA, considerada a melhor tecnologia móvel. Além disso, nesses anos todos fomos parceiros dessas empresas na integração de soluções, serviços e software”, disse. Se há pressão por um novo fornecedor, as teles também querem novas fontes de financiamento. No caso da NEC, há conversas sobre parceiros dessa área japoneses, também conhecidos mundialmente por taxas de juros bem menores do que as que vêm sendo praticadas no país.

Mas a participação da NEC em 5G não vai depender somente do acesso, mas está muito mais elaborada, envolvendo desenvolvimento de interfaces para operar como integradora, além de estabelecimento de parcerias para permitir que a tecnologia cumpra as expectativas de novos serviços para diversas verticais. “Acreditamos que a cobertura 5G não se restringirá a chegar apenas onde a 4G está presente hoje. Ela poderá ir para o campo, para mineradoras, para indústrias. Como ela é disruptiva, ela vai oferecer um novo leque de serviços”, afirmou o executivo.

Na avaliação de Murakami, esses novos serviços vão exigir conhecimento dessas verticais muito maior do que anteriormente. “O expertise para isso não estará na NEC, nem na  operadora, nem nos parceiros tecnológicos. Está na própria vertical e, com nosso conhecimento de TI e Telecom, vamos buscá-lo para desenvolver as soluções”, observou.

O estabelecimento de parcerias estará no centro da estratégia 5G a exemplo do que já acontece atualmente, como pode  ser visto no stand da empresa durante o Futurecom. Soluções desenvolvidas  ao lado da Juniper Networks, A10 Networks e Dell Technologies foram apresentadas. Nesse caminho para a 5G, a gigante japonesa também tem como parceiro a Open Labs, para o desenvolvimento de plataformas ópticas que serão de grande demanda com a chegada da 5G.

Para integrar as soluções de parceiros, a NEC acredita que tenha de existir o mínimo de padronização para que as interfaces possam se conectar. “Nòs defendemos fortemente o uso de padrões abertos”, disse Murakami.

A NEC sabe que também a forma como estão estabelecidos os data centers irá mudar nessa nova fase e estará ao lado das operadoras na tarefa de levar esses centros de dados para as bordas. Ela já possui atualmente  a solução Datacenter in a Box , de Edge Computing, onde ela pode concentrar de forma simplificada todos os serviços virtualizados de rede. Ela opera com baixa complexidade, graças ao gerenciamento com interface única, redundância e alta disponibilidade.

A empresa também tem consciência de que a 5G vai exigir sistemas de comunicação óptica para garantir a velocidade e baixa latência. Uma parte desse papel poderá ser exercida pelos ISPs, um mercado que a NEC começa a analisar com mais interesse.

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Da Redação

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