NEC mostra a autoridades municipais de SP conceito para cidades inteligentes
A fabricante de soluções de tecnologia NEC está realizando um roadshow com autoridades de cidades do estado de São Paulo para apresentar sua visão de cidade inteligente.
A companhia japonesa trouxe de Santander, na Espanha, Iñigo de la Serna, membro do conselho consultivo da NEC Ibérica, ex-ministro do desenvolvimento espanhol e ex-prefeito responsável pela implantação de tecnologias na cidade cantábria.
Ele está apresentando o case a diferentes prefeitos e secretários de cidades paulistas. Entre os quais, Daniel Annemberg, Secretário de Inovação e Tecnologia de São Paulo.
A jornalistas, Serna explicou que Santander conseguiu implementar um plano de cidade inteligente graças a muito planejamento prévio, convencimento político e adesão da população. A cidade, que tem 180 mil habitantes, realizou parcerias público-privadas no segmento de iluminação pública, água, coleta de lixo e tráfego urbano.
Caso local
A cidade usa tecnologias de smart cities desde 2002. No começo da década elaborou um plano estratégico para o período de 2010 a 2020, estabeleceu as regras para contratos e estabeleceu as PPPs como forma para conseguir financiar a atualização do projeto. Segundo Serna, o poder público é incapaz de desenvolver uma cidade inteligente por conta própria, e precisa do auxílio da iniciativa privada.
Santander elaborou PPPs para a iluminação pública, na qual investiu € 11 milhões para trocar 23 mil lâmpadas comuns por LED, instalação de controles ponto a ponto, e sensores de presença em alguns casos para aumentar ou reduzir a potência da luz. A cidade investiu também € 2,5 milhões em um novo sistema de energia instalado em todos os prédios públicos. Instalou sensores no asfalto para indicar a motoristas onde há vagas para estacionar, e colocou também sensores nos tetos de ônibus para fazerem medições de ruído, poluição, luminosidade. Também passou a usar lixeiras inteligentes, que indicam se estão cheias, e sistema de coleta automatizado, a vácuo, em alguns edifícios.
Tudo é operado a partir de um centro de operações criado com tecnologia NEC e administrado em colaboração com a Telefónica.
“Hoje esse sistema tem a inteligência de uma criança de 6 meses de idade. Nós resolvemos o que deve ser feito com os dados. No futuro, porém, haverá capacidade de previsão. Será capaz, por exemplo, de avisar a coleta de lixo que uma rua estará interditada por um evento, por isso naquele dia a rua não estará na rota. E mais para a frente, a ideia é que a tecnologia tome decisões que afetem o funcionamento da cidade inteira”, falou.
Segundo ele, hoje Santander tem uma iniciativa de incentivo e atração de startups e novas ideias, batizada de Cocriação. Consiste em manter um sistema interoperável, que pode ser usado por empresas de tecnologia, com acesso aos dados coletados, desde que dentro do que prevê a GDPR, a lei que regula a privacidade na Europa.
“As cidades devem usar sempre tecnologia interoperável. E quando desenvolver aplicações por conta própria, essas aplicações devem ser disponibilizadas para outras cidades”, orienta Serna.