Na TIM, novas ofertas no pré-pago são caminho para o pós

Operadora concentra fogo na oferta de dados para manter clientes em planos com maior retorno, enquanto mantém política de desconexão de pré-pagos inativos.
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A TIM pretende ampliar para todo o país sua cobertura 4G usando 700 Mhz e 1,8 GHz

A operadora de telefonia móvel TIM mantém o foco em aumentar o ritmo de adesão de usuários a seus planos pós-pagos para compensar os desligamentos no pré. No último trimestre, a empresa alcançou a marca de 14,2 milhões de assinantes pós-pagos. Como resultado, 22,5% de sua base se tornou pós-paga — no terceiro trimestre de 2015, eram 19%. Tanto a migração de clientes, como a portabilidade (aqueles vindos das concorrentes), cresceram.

A estratégia para fidelizar é mostrar ao usuário do pré-pago a robustez da rede em dados e, então, oferecer a migração para planos controle ou mesmo pós-pagos que compensem. Isso explica o lançamento nas últimas semanas de planos pré com até 5GB de franquia de dados.

“Estamos tentando obter a migração para o pré-pago de valor mais alto. A ideia é incrementar o ARPU do pré-pago para depois fazê-lo migrar para o pós-pago, com racionalidade, sem destruir valor. O cliente que pegar um desses pacotes pode facilmente migrar para um controle”, disse Pietro Labriola, COO da TIM Brasil, durante conferência sobre os resultados do terceiro trimestre da companhia nesta manhã, 01.

No ano, a empresa está com saldo positivo de adesões no pós, de 400 mil. No pré-pago, continua o programa de limpeza de base, iniciado em 2015 e que vem desconectando os chips pré-pagos aos milhões (quase 10 milhões de números desligados em um ano). A medida reduz custos com taxas de fiscalização pagas à Anatel. E incentivar a migração incrementa receita: a ARPU, receita média por usuário, do pós-pago é quatro vezes maior.

Para quem fica no pré, o objetivo é incentivar gastos mais altos. A receita com recargas recorrentes aumentou 34%, embora o ritmo com que acontecem tenha fica estável. O ARPU do pré-pago, que encolhia trimestralmente no ano passado, agora cresce e, no terceiro trimestre de 2016, se expandiu 12,3%. A melhora do churn não acontecerá este ano, apenas a partir de 2017.

O ARPU crescerá com o investimento em infraestrutura para dados. No momento, a TIM tem receita líquida negativa de serviços móveis por conta de ganhos cada vez menores com as taxas de interconexão determinada pela Anatel. Os serviços tradicionais de voz e SMS encolheram 12,2% em importância dentro do balanço da tele, enquanto os dados e SVA avançaram 19,8%.

Investimentos
O CEO da TIM Brasi, Stefano De Angelis, manteve a projeção de queda do Capex para o triênio 2016-2018, apesar do aumento nos investimentos em 3G e 4G. Neste ano, o Capex diminuiu 14,3%, enquanto o investimento no 4G cresceu 45%, com meta de cobrir praticamente todo o Brasil ao final do período (imagem) graças à disponibilidade da faixa de 700 MHz e troca do 2G em 1,8 GHz por 4G.

Segundo ele, a empresa conseguiu economizar quase metade das metas de corte de despesas para o triênio. Até agora, cortou R$ 836 milhões em custos, de um objetivo final de redução de R$ 1,7 bilhão. O total de investimentos até 2018 será de R$ 12,5 bilhões.

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Rafael Bucco

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