Mudança do limite de frequência está imune a concentração excessiva, afirma Otávio Rodrigues

O conselheiro da Anatel ressaltou que a consulta pública n 6 pretende se antecipar aos movimentos do mercado, mas que não há qualquer risco de concentração para menos de três operadoras de celular no país.

Encontro-telesintese-52-brasilia-20-de-marco-de-2018-GJN_3928As mudanças nos caps (limites) de frequências propostas na consulta pública lançada em 9 de março pela Anatel buscam se antecipar as futuras movimentações do mercado, embora a agência não espere que a concentração de operadoras móveis aconteça, afirmou hoje o conselheiro Otávio Rodrigues durante o Encontro Tele.Síntese. Conforme o conselheiro, a proposta apresentada está “imune à concentração das grandes empresas a um número menor do que três”.

Segundo ele, há uma tendência mundial de liberalização dos limites de espectro que cada prestador de serviço de telecom pode possuir e citou o exemplo dos Estados Unidos, Reino Unido, Índia e Colômbia como alguns dos países que flexibilizaram as regras do espectro recentemente. “A tendência é reforçar os controles concorrenciais. Aumento de liberdade implica aumento de controle concorrencial”, afirmou.

O conselheiro detalhou a proposta formulada pela agência, sob consulta pública, que unifica as regras e o limite de frequência que cada empresa pode possuir nas faixas até 1 GHZ e entre  1 GHz e 3 GHz. Nos dois casos, nenhuma empresa poderá deter mais de 40% de frequência. Nas faixas mais baixas, a “zona suspeita”, que poderá exigir o estabelecimento de condicionantes pelo regulador, é de 30% e nas faixas intermediárias é de 35%.

Ondas milimétricas

Rodrigues afirmou que a proposta não vislumbra as  faixas mais altas – conhecidas como ondas milimétricas, que serão destinadas para a 5G – mas a agência pode iniciar o processo, a partir das respostas à consulta pública. E disse também que a Anatel espera sugestões para o espectro social, compartilhamento de frequência em caráter primário e o uso dinâmico das frequências.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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