Motorola mira o B2B para chegar à liderança do mercado de smartphones

Unidade B2B da Motorola ganhou o mundo após experiência brasileira e vê demanda crescente por aparelhos de varejo com software pensado para universo corporativo

Motorola mira o B2B para chegar à liderança do mercado de smartphones

A Motorola Mobility, fabricante das linhas de smartphones Razr, Edge e Moto G, está em franca expansão no segmento corporativo (B2B) com soluções específicas de software há pouco mais de 2 anos. De lá para cá, a oportunidade só cresceu, a divisão se solidificou e passou a ser vista como um trampolim para tornar a empresa campeã de vendas no Brasil.

Quem afirma é Geórgia Sbrana, responsável pela área na América Latina. A divisão, inaugurada dentro da multinacional pela unidade brasileira, já opera também na Colômbia, no Chile, no Peru, no México, na Argentina (onde chegou em maio), na América do Norte e na Europa.

“No último ano fiscal, o crescimento foi de 12% em receitas da área em termos locais, Latam”, comentou a executiva em encontro com a imprensa especializada nesta quarta-feira, 27.

Para liderar, o desafio é ultrapassar a Samsung no Brasil. “Temos um sólido market share no segundo lugar. E com o corporativo, há potencial para chegar a primeiro”, defende Sbrana. Mas a disputa no B2B não está no preço, e sim em um pacote que reúne personalização, praticidade, segurança, potência, durabilidade e escala.

Nos últimos 10 anos, a Motorola Mobility, que pertence ao grupo Lenovo, investiu US$ 500 milhões em P&D no Brasil. A empresa tem duas fábricas por aqui e acordos de desenvolvimento com Instituto Eldorado, C.E.S.A.R, entre outros. Com isso, coloca os 1,2 mil engenheiros para trabalhar em novos aparelhos para o varejo, mas também em soluções B2B. Produtos que vão do simples cordão de pescoço a uma sofisticada uma plataforma de gestão de dispositivos surgiram a partir de conversas com clientes empresariais.

A fabricante aposta que a demanda corporativa não é por um aparelho muito diferente do que é vendido no varejo. Pelo contrário. Quanto mais parecido, mais rápido pode ser integrado aos sistemas das empresas. Por isso mesmo, defende que o top entre intermediários, o Moto G75, que tem especificações militares de robustez (resistência a água, poeira, iluminação em ambiente muito claros), deve ser abraçado pelo setor corporativo e pode ser empregado até na indústria.

“A visão que se tinha do celular para a força de campo era daquele aparelho feio, blindado. Estamos mostrando que estes smartphones [Moto G75] atendem às exigências, e adicionamos serviços em torno de garantia ou troca de dispositivos danificados, de gestão [MGM], push2talk”, ressalta.

Segundo James Mattos, diretor de vendas para o Brasil, as receitas da unidade B2B local da Motorola dobram ano a ano desde a criação oficial. “A unidade para empresas existe há mais de seis anos, mas passamos a focar o desenvolvimento de software, plataforma e acessórios para o mercado B2B mais recentemente”, observa. Segundo ele, a expectativa é manter a expansão e dobrar receitas no Brasil em 2024 e novamente em 2025. Os números, no entanto, ele não revela, pois a companhia não divulga dados regionais.

Para manter o ritmo, a ideia é aprofundar as parcerias com integradoras e operadoras de telecomunicações. Estes são responsáveis pelas grandes vendas a grupos multinacionais com alta demanda por dispositivos e serviços como Push2Talk Digital ou aplicações de segurança, rastreabilidade e controle, diz Mattos.

Atualmente, a área B2B da Motorola Mobility tem acordos com todas as operadoras para distribuição dos aparelhos. Com Claro/Embratel e TIM, para a comercialização também de serviços corporativos. Com a Vivo, tem a revenda de smartphones, mas ainda negocia contrato para a plataforma de serviços.

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Rafael Bucco

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