Minimercados autônomos multiplicam-se com auxílio de IA

Marcelo Villares, COO da rede Minha Quitandinha diz que o uso de inteligência artificial, entre outros fatores, ajuda a tornar rentáveis suas lojas, acima de dois metros quadrados, que chegam a oferecer 700 produtos ao consumidor.
Minimercados em expansão com IA. Crédito-Divulgação
Marcelo Villares, COO da rede Minha Quitandinha. Crédito: Divulgação

A pandemia fez surgir novos modelos de negócio no varejo que estão sendo viabilizados pela inteligência artificial. O modelo de conveniência de minimercados autônomos tipo pegue e pague é um dos exemplos que têm conseguido com a IA vencer os desafios da segurança, evitar perdas, e o de encontrar o mix exato para lojas de dimensões reduzidas. O foco é a conveniência e o atendimento especializado dos antigos comércios de bairros.

A Minha Quitandinha é uma startup de tecnologia em varejo que atua no modelo de franquia de minimercado autônomo 24 horas por dia dentro de condomínios e complexos comerciais. As lojas chegam a disponibilizar cerca de 700 produtos ao consumidor.
Os empreendedores que estão por trás desta startup são Guilherme Mauri, Marcelo Villares e Douglas Pena, que somaram suas experiências em consultoria corporativa, TI e franquias, respectivamente, para lançar, em março de 2020, em Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, o minimercado, inicialmente com foco apenas em condomínios residenciais.

“Esse mercado surgiu na pandemia, quando as pessoas não podiam sair de casa, e como uma alternativa para atender o consumidor final que estava cansado do ifood. Hoje as grandes construtoras e incorporadoras estão prevendo os espaços dos micromarkets nos condomínios”, define Marcelo Villares, COO da Minha Quitandinha.

Atualmente a Minha Quitandinha é uma rede de 160 lojas abertas e 25 em obras, no modelo de supermercados autônomos 90% em condomínios residenciais e comerciais, orientados por software e disponível 24 horas por dia. O cliente pode fazer o pagamento por aplicativo ou totem de pagamento. “As pessoas não querem mais entrar num supermercado gigantescos e enfrentar grandes
filas. Essas grandes lojas estão fechando e os mercadinhos estão proliferando”, completa Villares.

De acordo com a pesquisa “2022 Retail Security Survey”, elaborada pela National Retail Federation, maior associação comercial de varejo do mundo, o prejuízo causado pelo sumiço de mercadorias nas lojas de todos os tamanhos, inclusive minimercados, é de US$ 100 bilhões e a maior causa dessa perda é atribuída, pelos varejistas, aos roubos. Neste cenário, diversas redes têm utilizado, cada vez mais, diferentes tecnologias a seu favor a fim de prevenir os danos.

“Temos câmeras com sensores de movimento que registram a movimentação dentro da loja e fazem um match do acesso do cliente à loja. Quando ele passa pela porta automática a solução já identifica sua presença na loja e verifica se ele comprou ou não. A partir daí, passamos a identificar possíveis furos de inventário devido a acessos suspeitos, ou clientes que entram e não efetuam nenhuma compra. Mas as fraude são muito baixas em nossos minimercados”, diz Villares.

A empresa tem um time de tecnologia e usa business intelligence que identifica para o franqueado os produtos e horários de maior venda. Baseado no perfil do condomínio, é traçado o mix de produto que faz sentido para o local. Cada loja é diferente. A empresa tem seis clusters pré-definidos com mix que leva em conta a região e a concorrência, o que é vendido por ela, o poder aquisitivo e a
faixa etária. Após a venda, há um trabalho de gestão de categoria e o time de sucesso do franqueado  avalia o que ele vende para elaboração de relatórios e prospecção de tendências.

“O objetivo é identificar quais as categorias que mais vendem. Quando abrimos a loja achávamos que tínhamos de ter o maior número de SKUs (itens). Hoje com a inteligência artificial, conseguimos ter menos categorias e mais itens que fazem sentido. Nossas lojas têm acima de 2 m², precisamos transformar esse m² o mais rentável possível. Por ser um modelo de conveniência, não precisamos ter todos os itens de um grande supermercado”, explica Villares.

Para 2023, a meta é alcançar 260 franqueados com os minimercados e um faturamento de R$ 22 milhões, além de chegar a R$ 100 milhões em 2025, com 800 lojas abertas. A empresa oferece um serviço 100% digital, dispensando interações humanas e ainda gera cashback para o condomínio. A estruturação do negócio ampliou também o escopo da franquia, que passou a mirar não só nos condomínios residenciais, como também em empresas, clubes, academias, marinas e hotéis, com um fluxo médio diário de 500 pessoas ou mais.

 

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Da Redação

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