Minicom planeja Programa Cidades Conectadas, com foco em serviço

Iniciativa vai remodelar o Cidades Digitais, iniciado ainda em 2013, que previa a construção de anéis ópticos interligando órgãos públicos em 262 cidades. Até abril, 185 cidades tinham obras concluídas, segundo o ministério.

O Ministério das Comunicações está remodelando o programa Cidades Digitais/Minha Cidade Inteligente. Tais iniciativas atravessaram os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer com a proposta de financiar a construção de infraestrutura de fibra óptica em cidades do interior do Brasil. No caso, os anéis ópticos construídos interligavam órgãos públicos.

A proposta atual do Minicom é trocar o investimento em infraestrutura por investimento para a garantia da entrega com qualidade de serviços digitais. Para tanto, o programa passa a se chamar Cidades Conectadas. O passo inicial da iniciativa, um balanço da qualidade da banda larga nas cidades, já foi realizado pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Este balanço dará origem a um índice, ainda em elaboração, para avaliar o grau de adequação das cidades brasileiras às nossas necessidades de conectividade. O índice foi adaptado de metodologia criada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Conforme Vitor Menezes, Secretário-Executivo do ministério, o programa Cidades Conectadas deve ser encarado como uma evolução do anterior, já colocado em um contexto de que a infraestrutura está cada vez mais presente das cidades ou é encarada por outros projetos, como PGMU e edital do leilão 5G.

“É uma evolução, corrigindo questões que tivemos no passado, mais pautado na prestação do serviço do que na doação de uma infraestrutura em si”, afirmou em live realizada pela empresa Dell nesta quarta-feira, 19.

Essa não é a primeira vez que Menezes menciona alteração no programa Cidades Digitais. Já em 2020, ainda como Secretário de Telecomunicações, ele defendia esta mudança de abordagem. De lá para cá, o Minicom participou de iniciativa junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que lançou em dezembro uma Carta Brasileira para Cidades Inteligentes.

Iniciado em 2013, com perspectiva de financiar a construção de anéis ópticos em 262 cidades, o programa sofreu baixas ao longo de sua execução, passou a depender de emendas parlamentares, e até abril, havia entregue obras em 185 cidades, das quais 41,08% no Nordeste, 32,43% no Sudeste, 15,68% no Sul, 8,65% no Norte e 2,16% no Centro-Oeste.

Imagem reproduzida da plataforma de acompanhamento do Cidades Digitais do Minicom em 19/05/2021
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Rafael Bucco

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