Migração da TVRO para a banda Ku não elimina a banda C, diz Abrasat

Segundo Fábio Alencar, da Abrasat, os serviços profissionais de TV e corporativos vão continuar usando a banda C por pelo menos mais 20 anos.

Um dos argumentos utilizados pelas emissoras de TV abertas  para que a Anatel determine que os canais que transmitem por parabólica (TVRO) migrem para a banda Ku dos satélites é o de que essa decisão iria “liberar” a frequência satelitel da banda C para a futura ocupação da 5G. Conforme os radiodifusores, o melhor, seria destinar os recursos públicos agora (recursos do leilão de frequências para a quinta geração da telefonia móvel) para a limpeza definitiva dessa faixa, do que remanejar esses canais da banda C estendida onde estão hoje (faixa de 3.625 MHz a 3.700 MHz) para a própria banda C, que num futuro breve teria que ser novamente limpa.

Para o presidente da Abrasat – Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite- Fábio Alencar, essa versão é incompleta. “Os serviços profissionais, de TV aberta ou corporativos, vão precisar da banda C por pelo menos mais 20 anos”, afirmou. Ele assinalou que, mesmo nos Estados Unidos, país onde foi promovido um recente bilionário leilão do espectro das emissoras de TV, também para alocar mais banda para o 5G do celular, foram vendidos 200 MHz desse espectro, com o restante do espectro sendo mantido em poder dos satélites que detêm a faixa.

O presidente do SindiSat, Luiz Otávio Prates, entidade que hoje, 6, divulgou estudo da consultoria Roland Berger sobre o valor da limpeza de 75 MHz da banda C estendida ( valor estimado em R$ 745,2 milhões), disse ainda que os operadores de satélite estão reivindicando o preço justo pela limpeza de suas frequências, sem considerar qualquer questão que envolva as TVROs, pois o segmento já admite que deixará de ocupar essa extensão da banda C.

Leia aqui a íntegra do estudo divulgado pela entidade:

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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