Microsoft pede tratado mundial contra guerras cibernéticas
A Microsoft divulgou um apelo ontem, 14, no qual propôs a elaboração de um Tratado Digital de Genebra. Os tratados de Genebra são firmados em convenções realizadas entre representantes da maioria dos países do mundo na cidade suíça, de tempos em tempos, e versam sobre direitos humanos. Por exemplo, determinam que países em guerra não podem usar a população como escudo humano para evitar ataques a autoridades.
Agora, a companhia de Redmond, nos EUA, sugere ser o momento de acrescentar a esse conjunto de tratados termos que impeçam as guerras cibernéticas de prejudicar usuários comuns da internet, empresas de tecnologia e infraestrutura.
A proposta traz, entre outros termos, a obrigação dos governos de ajudar o setor privado a detectar e conter ataques digitais, a reportar vulnerabilidades aos fabricantes (em vez de vender informações sobre brechas ou explorá-las), reduzir o investimento na criação de armas cibernéticas, se comprometer com a não proliferação das ameaças digitais, e centrar ataques, em vez de massificá-los.
“Chegou a hora de os governos adotarem um Tratado Digital de Genebra para proteger os cidadãos que estão na internet”, cobrou Brad Smith, presidente e diretor regulatório da Microsoft, em extenso post no blog da companhia. Ele sugere que, além das medida citadas acima, seja criada uma espécie de Suíça Digital na internet, uma zona livre de conflitos cibernéticos, a qual as forças digitais de todos os países respeitariam e deixariam intocada. Esta zona seriam os serviços das empresas de tecnologia não envolvidas nos ataques dos exércitos digitais. As empresas teriam como premissa 100% de defesa, 0% de capacidade de ataque, “da mesma forma que existe a Cruz Vermelha”, reflete.