Modelo atual de cessão de espectro derrubou preços da banda larga móvel no Brasil

Cai ritmo de de redução do custo da banda larga no país, que perdeu posições em ranking internacional com 58 países.

a4ai-2017-internet-acessivel-brasilA A4AI (Associação por uma Internet Acessível, em tradução livre do inglês) divulgou nesta semana seu relatório anual que mede os custos do acesso à internet em diferentes países.

O método da entidade não leva em conta o preço ao consumidor, mas a existência de infraestrutura, penetração, e de políticas públicas de acesso. Os pesquisadores perceberam que essa medição coincide com preços mais baixos por gigabyte trafegado para o consumidor, por exemplo, ao mesmo tempo em que mostra se um país está preparado para a demanda futura.

Com essa fórmula única, a entidade percebeu que há países da América Latina que se saem melhor que outros mundo afora. A Colômbia é o primeiro colocado no Índice de Acessibilidade, com uma pontuação de 72,87. México (71,47) e Peru (70,84) foram segundo e terceiro colocados. Todos têm políticas públicas implementadas para garantir o acesso de populações de baixa renda.

O Brasil aparece em décimo, com nota 60,78. O país caiu no ranking – ocupava a sexta posição em 2015. A pontuação subiu, mas menos que a de outras nações. Fomos ultrapassado por México, Argentina, Ilhas Maurício e Equador. O país recebe elogios específicos à política atual de concessão de espectro, que prevê leilões periódicos, uso licenciado para testes caso a caso, e planos de ampliação da quantidade de frequências disponíveis para o mercado. O estudo não faz nenhuma projeção a respeito da mudança do modelo de telecomunicações, que pode alterar as regras de cessão de espectro.

“A Anatel tem um plano de alocação de espectro que entrega novas bandas a certos serviços conforme a demanda aumenta, e pratica leilões para garantir o acesso a novas radiofrequências. Abre consultas públicas e considera as contribuições feitas ali, enquanto também verificar o interesse público e a compreensão de destino daquelas faixas para a banda larga”, destaca o documento. Esse conjunto fez cair o custo da acessibilidade à internet no país nos últimos três anos.

Com isso, o preço de 1 GB no país é menor que 2% da renda média do cidadão. Isso acontece em apenas 19 dos 58 países pesquisados pela A4AI. O estudo ainda leva em conta a existência do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

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Rafael Bucco

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