Menos da metade da população mundial tem acesso à internet
A União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da ONU dedicado ao setor, publicou hoje, 22, seu relatório anual sobre o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação no mundo. O relatório analisa a evolução de 175 países, e constatou que na maioria deles houve melhora nos índices de conectividade. No entanto, a desigualdade digital permanece inalterada em relação ao ano passado.
Os dados mostram que há relação direta entre o desenvolvimento do setor e o desenvolvimento econômico e social dos países. As nações mais ricas têm também os melhores serviços e telecomunicações e abrangência de cobertura, ao contrário dos mais pobres.
Além disso, 47,1% da população mundial usa a internet – ante 43,4% um ano atrás. A maior parte dos desconectados é formado por mulheres habitantes de áreas rurais. Nos países mais ricos, 81% das pessoas têm acesso à internet, e nos em desenvolvimento, 40,1%. Nos países menos desenvolvidos, 15,2%.
Nas Américas, 65% das pessoas navegam na internet, enquanto o índice é de 66,6% na Comunidade dos Estados Independentes (CEI), 79,1% na Europa, 41,9% na Ásia, 41,6% o Oriente Médio, e 25,1% na África. A velocidade da conexão muda bastante por país. Enquanto na Coreia do Sul a banda larga fixa tem velocidade média de 40 Mbps, na Namíbia prevalecem acessos entre 256 Kbps e 2 Mbps. No Brasil, pouco mais da metade dos acessos já passa dos 10 Mbps, mas ainda é grande a quantidade de gente navegando com velocidades entre 256 Kbps e 10 Mbps.
A UIT indica que 95% da população mundial vive em áreas cobertas por celular, mas 40% da população não têm smartphone.
O índice de penetração da UIT mostra que a telefonia fixa é usada por 40 de cada 100 habitantes nos países desenvolvidos, muito acima da média mundial, de cerca de 15%. Nos países em desenvolvimento, a taxa não chega a 10%, nos menos desenvolvidos, mal chega a 2%. Proporção similar se vê no acesso à banda larga fixa.
A figura muda quando se trata das tecnologias móveis. As assinaturas de planos de celular no mundo se aproxima de 100%, com muitos habitantes detendo mais de um número. Nas economias mais desenvolvidas, a penetração é de 130 assinaturas para cada 100 habitantes.
Nos países em desenvolvimento, a proporção é de cerca de 95/100. As assinaturas da banda larga móvel somam 95% de penetração nas economias mais desenvolvidas, cerca de 45% naquelas em desenvolvimento. A média mundial é de 55%. Já o 3G e o 4G alcançam, juntos, 84% da população mundial.