MCTI quer fomentar o desenvolvimento de tecnologias quânticas no Brasil

Grupo de trabalho do MCTI terá um ano para elaborar a Iniciativa Brasileira para Tecnologias Quânticas

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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai desenvolver a proposta de uma Iniciativa Brasileira para Tecnologias Quânticas. Segundo a Pasta, o objetivo é traçar uma rota para o país obter a “independência tecnológica” nesta área.

Um grupo de trabalho criado nesta terça-feira, 21, vai elaborar a minuta da inciativa. Ela vai se somar a outras com propostas semelhantes, de fomentar a inovação em áreas específicas: Estratégia Brasileira para a Transformação Digital – E-Digital; Estratégia Brasileira em Inteligência Artificial – EBIA; Estratégia Nacional de Defesa – END; Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia – IBN;  e Iniciativa Brasileira de Fotônica (IBFóton).

Nem todas essas estratégias, é bom lembrar, atingem os objetivos. O TCU recentemente emitiu relatório no qual teceu duras críticas à superficialidade da E-Digital.

De qualquer forma, o grupo de trabalho recém criado terá o papel de esboçar a política pública que pretende dotar o país da capacidade de competir no cenário das tecnologias quânticas. Deverá fazer um levantamento de tecnologias, parceiros, lacunas, oportunidades e diretrizes críticas para a atuação do governo federal.

Também deverá identificar as “sobreposições passíveis de compartilhamento de esforços visando o aumento de eficiência e o alcance mais rápido da soberania tecnológica neste campo”.

Prazo

O GT terá um ano para propor a regulação desse mercado nascente, inclusive abrindo a possibilidade de criação de um órgão específico para acompanhar a política pública.

Deverá ouvir outros ministérios a fim de chegar à minuta da Iniciativa Brasileira para Tecnologias Quânticas, e propor também as fontes de recursos para financiar as atividades resultantes da proposta – inclusive através de mecanismos de renúncia ou benefício fiscal.

Uma das ideias é incentivar a criação de centros regionais de competência em tecnologias quânticas e propor acordos bilaterais de cooperação com países dispostos a compartilhar conhecimento na área. A minuta pode prever também acordos de controle e exportação de bens sensíveis.

O GT, cuja data de criação será 3 de junho, será composto por representantes dos seguintes órgãos:

Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação;
Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos;
Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP;
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;
Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – Embrapii;
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF;
Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM; e
Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC.

Fronteira não tão distante

Entre as tecnologias quânticas são consideradas a próxima fronteira do desenvolvimento tecnológico, diante da constante miniaturização de componentes e busca por eficiência energética. E não é coisa de ficção científica. No mundo, empresas como Alibaba, IBM, Intel, Google, e Microsoft desenvolvem a tecnologia.

Governos no mundo inteiro também pesquisam o uso de partículas menores que átomos em novas aplicações, da computação à comunicação. É o caso de China, Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul, Canadá, Espanha, Alemanha, França, Itália, Japão, Austrália, Singapura e Taiwan, para citar alguns.

Em 2023, a Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, destinou R$ 60 milhões ao Senai Cimatec, em Salvador (BA), para estudar as tecnologias quânticas.

Uma projeção de 2023 da consultoria McKinsey&Co estima que em 2040 haverá um mercado de tecnologias quânticas movimentando US$ 106 bilhões ao ano. A computação quântica deverá despontar, responsável por até US$ 93 bilhões. Enquanto as comunicações quânticas vão faturar até US$ 7 bilhões. Outra frente relevante será o de sensorização, que deverá valer até US$ 6 bilhões. Os impactos indiretos da tecnologias em diferentes verticais da indústria, no mundo, poderão somar até US$ 1,2 trilhão até 2035.

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Rafael Bucco

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