MCTI quer atualizar Ceitec para exportar semicondutores
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) planeja modernizar o parque produtivo do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) para retomar a fabricação de semicondutores no País, visando à exportação de chips, sobretudo, para a América Latina. Os planos incluem a aquisição, ainda este ano, de equipamentos para a sala limpa (espaço controlado para minimizar a entrada de partículas no ambiente) da estatal.
As informações foram confirmadas pela ministra Luciana Santos, nesta segunda-feira, 29, em São Paulo, em entrevista com jornalistas durante o evento Netmundial+10.
Citando o setor automotivo, a ministra ainda indicou que a produção nacional pode explorar “grandes oportunidades na América Latina”.
“Pelas oportunidades, pela falta de semicondutores e o colapso que há no mundo, não só de semicondutores de alta complexidade, mas de média complexidade. E o setor automotivo é uma grande chance de nos inserirmos [nessa cadeia]”, afirmou.
Luciana destacou que a modernização do Ceitec está nos planos do governo ainda para 2024.
“A nossa ideia é que, ainda este ano, possamos adquirir equipamentos para modernização da sala limpa, da nossa planta industrial que já existe no Ceitec – e até mesmo retomar algumas das produções que já tínhamos. Já está em discussão [retomar] algumas vocações e expertises que o Brasil tinha”, ressaltou a ministra.
Em novembro do ano passado, a ministra apontou que o centro poderia voltar a operar em 2024 e que o ministério tinha planos de modernizar a instalação. O Ceitec fazia parte dos planos de privatização do governo anterior, projeto que foi revogado pela gestão Lula.
Regulação de plataformas
Na conversa com jornalista, Luciana Santos comentou que o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, que visa a combater à disseminação de notícias falsas (fake news) e regular as plataformas digitais, paralisado na Câmara dos Deputados, precisa ser retomado.
“O compromisso do nosso ministério é de lutar pela regulamentação e retomada do PL”, frisou. “Temos uma grande constituição na internet, que é o Marco Civil, mas precisamos regulamentar – e esse PL vai nessa direção”, acrescentou.