Maioria das empresas de semicondutores confia no crescimento dos negócios
A maioria (81%) dos executivos líderes de empresas de semicondutores acredita que as receitas das suas empresas crescerão no próximo ano. Para metade deles, a alta deve ser superior a 10%. Outros 23% estão ainda mais otimistas, prevendo um crescimento de mais de 20%.
Os dados são da pesquisa “Perspectivas do setor global de semicondutores”, divulgada por KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA) nesta segunda-feira, 29.
Em sua 18ª edição, o relatório aponta o setor automotivo como o principal impulsionador de receitas dessas empresas em 2024, podendo atingir US$ 200 bilhões (aproximadamente R$ 1 trilhão) anuais até meados da década de 2030. A expectativa é de que o faturamento ultrapasse US$ 250 bilhões (R$ 125 trilhão) até 2040.
Em segundo lugar, aparecem as redes de comunicação sem fio. Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e Inteligência Artificial (IA) vêm na sequência em termos de importância, segundo a pesquisa.
“Os semicondutores representam o componente mais importante da economia global conectada e a base do mundo contemporâneo. Os problemas decorrentes da sua escassez causaram impactos em todo o mundo. Ainda assim, a boa notícia é que este segmento continua cada vez mais forte e capaz de fornecer produtos altamente relevantes para a sociedade avançar em telecomunicações, nuvens, serviços, plataformas, aplicações, Internet das Coisas e aplicações eletrônicas dos automóveis”, afirma, em nota, Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.
O relatório, feito com base em entrevistas com 151 executivos de empresas de semicondutores em diversas partes do mundo, aponta que 65% dos líderes empresariais acreditam que a escassez de componentes diminuirá já neste ano. Além disso, 15% já avaliam que a oferta e a procura já estão em equilíbrio. Por outro lado, 20% pensam que a carestia persistirá até 2024 ou mais.
Preocupações
O estudo sinaliza que o maior problema da indústria de semicondutores nos próximos três anos será a falta de mão de obra qualificada. Nesse sentido, o desenvolvimento e a retenção de talentos são fatores apontados como prioridade por 67% dos executivos.
Outra preocupação dos líderes empresariais é o impacto da nacionalização da tecnologia de semicondutores, o que pode prejudicar cadeias internacionais de fornecimento do componente.
Vale lembrar que muitos países têm adotado a estratégia de incentivar a produção doméstica e restringir as importações. Na semana passada, o governo dos Estados Unidos anunciou que quase US$ 140 bilhões (R$ 701,54 bilhões) já foram investidos na fabricação de chips nos nove primeiros meses de vigência de uma lei que estimula a produção local. Recentemente, o Reino Unido e a União Europeia (UE) aprovaram medidas com objetivos semelhantes.