Macroeconomia faz Ericsson encolher na América Latina

Variação cambial e decisão das operadoras em manter investimentos em moeda local afetaram o desempenho

A Ericsson reportou hoje, 27, os resultados financeiros do quarto trimestre de 2015, encerrado em dezembro. A companhia sueca conseguiu aumentar as vendas no período em 8% comparando-se os números absolutos com os mesmos meses de 2014. No entanto, destaca que, levando-se em conta a variação cambial, houve queda na receita de 1%. O faturamento ficou em US$ 8,64 bilhões. O lucro líquido apurado entre outubro e dezembro de 2015 foi equivalente a US$ 821,7 milhões, 68% maior que um ano antes.

Resultado anual
Nos 12 meses de 2015 a companhia mostrou aumento nas vendas, no lucro líquido e no fluxo de caixa. O faturamento foi de SEK 246,9  (US$ 28,9 bilhões), ante SEK 228 (US$ 26,7 bilhões) em 2014, alta também de 8%, ou negativa em 5% se ajustada à variação cambial do período. O lucro ficou em SEK 13,7 bilhões (US$ 1,6 bilhão), contra SEK 11,1 bilhões (US$ 1,3 bilhão) no ano anterior. E o fluxo de caixa passou a SEK 20,6 bilhões (US$ 2,4 bilhões), ante SEK 18,7 bilhões (US$ 2,19 bilhões) em 2014.

A companhia teve grande crescimento em vendas na Índia (+74%). Também cresceu em outras regiões, como América do Norte (+7%). Também se beneficiou de contratos de licenciamento, com o recebimento de royalties, inclusive da Apple. Esses elementos compensaram o encolhimento de mercados como o Japão, Rússia e Brasil. Na América Latina as vendas caíram 5% no ano, com a desvalorização do Real frente o Dólar, no Brasil, e as operadoras mantendo os valores dos investimentos em moeda local sendo os principais responsável por esse desempenho. 

A divisão de redes da registrou vendas de SEK 123,7 bilhões (US$ 13,7 bilhões), mais que os SEK 117,5 bilhões de 2014. Mas, considerada a variação cambial, as vendas caíram 8%. A margem EBITDA da unidade terminou o ano em 12%, menor que os 14% de um ano antes.

Mesmo assim a Ericsson considera que houve uma recuperação do mercado de redes no mundo, em função da procura por melhorias para a 4G. Nos Estados Unidos a receita foi estável, mas em países em desenvolvimento houve toda gama de resultados. Enquanto a Índia cresceu muito, Rússia e Brasil tiveram baixo desempenho por conta da situação macro-econômica. Na Europa, os investimentos, em geral, aumentaram graças ao interesse por melhorar o núcleo da rede para a oferta de serviços novos, como o VoLTE.

A Ericsson também considera bem sucedido o plano de corte de custos, previsto para se encerrar em 2017. A meta é reduzir as despesas em US$ 1 bilhão até lá. A empresa diz que em 2015 conseguiu reduzir os gastos em 10%.

Estratégia para 2016
Para este ano a empresa definiu três focos de ação. Primeiro, manterá os objetivos de capturar clientes em redes, com o intuito de ser o principal fornecedor mundial para redes 4G, ao mesmo tempo em que iniciará ofertas de tecnologias para a ainda nascente e indefinida 5G.

Segundo, espera colher os resultados de investimentos feitos nos últimos anos em novas áreas de crescimento, como software e serviços corporativos. Terceiro, seguirá tocando o plano de redução de despesas.

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Rafael Bucco

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