Lula e Campos Neto devem ter encontros periódicos, indica Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ocorrida no fim da tarde desta quarta-feira, 27, em Brasília, foi “produtiva e cordial”. Segundo o ministro, os mandatários, a partir de agora, devem realizar encontros periódicos.
Conforme relatos publicados por veículos de imprensa, a reunião começou por volta das 18h30 e terminou perto das 19h45.
A jornalistas, Haddad destacou que o encontro, o primeiro a portas fechadas entre Lula e Campos Neto, foi “excelente” e que “a conversa transcorreu muito bem”, além de ter servido para ambos “construírem relação”.
Diferentemente do presidente, Haddad já mantém uma rotina de reuniões com Campos Neto a cada 45 dias.
De acordo com o ministro da Fazenda, a reunião não tratou de nenhum tema específico. Ele também descartou que Lula e Campos Neto tenham falado sobre a taxa básica de juros.
Rota de colisão
Desde que assumiu a Presidência da República em seu terceiro mandato, Lula tem manifestado reprovações ao BC e à política monetária, além de ter criticado Campos Neto.
O chefe de Estado, contrariado com o fato de o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a taxa Selic em patamares elevados, chegou a chamar o presidente do BC de “esse cidadão”.
No início deste ano, a taxa básica de juros estava em 13,75% ao ano. Nas duas reuniões mais recentes do Copom, órgão composto pela diretoria do BC e que define a meta dos juros, a taxa foi reduzida – no momento, está em 12,75% ao ano.
Vale lembrar que, ao tomar posse como presidente, Lula não pôde nomear alguém para o cargo de presidente do BC. A autoridade monetária ganhou autonomia por meio de um projeto de lei aprovado no Congresso Nacional e sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021. Dessa forma, Campos Neto seguirá no cargo até 2024, quanto termina o seu mandato.