Lucro líquido da Vivo tem queda de 35% em 2022, para R$ 4,05 bilhões

No quarto trimestre, a baixa no lucro foi ainda mais expressiva (57,2%); receita líquida da operadora, no entanto, cresceu 9,1% no ano passado, chegando a R$ 48 bilhões
Vivo vê lucro cair em 2022
Na contramão do lucro, receita da Vivo, puxada pelo segmento móvel, cresceu em 2022 (crédito: Freepik)

A Vivo divulgou, nesta quarta-feira, 15, o resultado financeiro do quarto trimestre e do ano passado de forma consolidada. O lucro líquido da empresa caiu 34,9% em 2022, atingindo R$ 4,05 bilhões. No ano anterior, a marca do grupo Telefônica tinha auferido lucro de R$ 6,23 bilhões.

“O resultado reflete o efeito do reconhecimento de créditos fiscais em 2021, além do incremento da despesa financeira em 2022, em função do maior endividamento e subida da taxa de juros no comparativo anual”, justificou a tele. “Além disso, houve aumento da depreciação e amortização no período, dada a amortização de licenças de espectro adquiridas em novembro de 2021 e dos ativos intangíveis adquiridos da Oi móvel em abril de 2022”, explicou.

No ano passado, a receita líquida da companhia cresceu 9,1%, chegando a R$ 48,04 bilhões. O faturamento foi alavancado, sobretudo, pelo crescimento da receita móvel, que avançou 12,6%. Além disso, a Vivo informou que, de forma segmentada, a receita do serviço móvel teve alta de 12,1% em 2022, enquanto a de aparelhos cresceu 17,5%.

A operadora atribui os resultados positivos ao incremento “expressivo da base de clientes, principalmente em função da incorporação dos clientes da Oi Móvel”, além dos reajustes anuais de preço dos serviços.

Ainda nesse segmento, a receita de planos pós-pagos, que respondem por 80% do faturamento do serviço móvel, teve alta de 11,4%. A companhia informou que, no ano passado, adicionou aproximadamente 9 milhões de acessos pós-pagos. Já a receita dos planos pré-pagos aumentou 15,1%.

Além do mais, as vendas de smartphones compatíveis com 5G e de acessórios contribuíram para uma alta de 17,5% na receita de aparelhos em 2022.

O faturamento do segmento fixo, por sua vez, cresceu 2,1%. A receita de FTTx aumentou 9,8%, impulsionada pelo desempenho de FTTH, cuja alta foi de 22%. Segundo a Vivo, em 2022, a rede de fibra até a casa do cliente avançou para mais 82 cidades e adicionou 3,7 milhões de casas passadas e 900 mil casas conectadas.

A receita de IPTV avançou 7,2%, mesmo com uma ligeira redução da base de acessos (-2%). O faturamento do setor de dados corporativos registrou forte alta de 16,1%.

Demais indicadores

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 19,28 bilhões em 2022, avançando 1,4% sobre 2021 (R$ 19 bilhões). Já a margem EBITDA ficou em 40,1%, queda de 3 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano anterior (43,2%).

A Vivo investiu R$ 9,53 bilhões no ano passado, montante 9,7% superior ao desembolsado em 2021 (R$ 8,68 bilhões). O total dos investimentos representa 19,8% da receita operacional líquida de 2022.

4° trimestre

No quarto trimestre de 2022, o lucro líquido da Vivo caiu 57,2%, totalizando R$ 1,12 bilhão. Entre outubro e dezembro do ano anterior, a operadora tinha auferido lucro de R$ 2,62 bilhões.

No último período do ano passado, a receita líquida avançou 10,1%, chegando a R$ 12,65 bilhões. A receita de serviço móvel foi o destaque, avançando 13,6%. O faturamento do setor fixo, por sua vez, teve alta de 2,9%, maior taxa desde 2015, com destaque para FTTH, que cresceu 18,8%.

O EBITDA, entre outubro e dezembro, totalizou R$ 5,2 bilhões. A alta foi de 6,1% na comparação com o último trimestre de 2021. No período, a margem ficou em 41,3%, ligeiramente abaixo do mesmo intervalo do ano anterior (42,9%).

Só no último trimestre do ano passado a operadora investiu R$ 2,48 bilhões, desembolso 6,4% maior do que o realizado no mesmo intervalo de 2021 (R$ 2,34 bilhões).

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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