Lucro do Grupo Telefónica cai 75,3% em 2022, mas receita cresce com apoio da Vivo

Receita do grupo espanhol avançou 28,4% no Brasil, alta bem superior à apurada em outros territórios; resultado operacional e capex registraram queda no ano passado
Lucro da Telefónica desaba em 2022
Apesar de alta na receita, lucro da Telefónica despencou em 2022 (crédito: Freepik)

O grupo espanhol Telefónica, dono da marca Vivo no Brasil, divulgou, nesta quinta-feira, 23, os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano de 2022 de forma consolidada, os quais apontam, apesar da alta nas receitas, queda significativa no lucro.

A operadora viu o lucro líquido cair 75,3% em 2022, para 2,01 bilhões de euros (aproximadamente R$ 10,94 bilhões). No quarto trimestre, a companhia auferiu lucro de 525 milhões de euros (R$ 2,85 bilhões), revertendo prejuízo de 1,2 bilhão de euros (R$ 6,53 bilhões) registrado no mesmo período de 2021.

No ano passado, a receita avançou 1,8%, para 39,99 bilhões de euros (R$ 217,62 bilhões). Entre outubro e dezembro, a gigante de telecomunicações faturou 10,2 bilhões de euros (R$ 55,51 bilhões), alta de 5,4% na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior.

A Telefónica ressaltou que as receitas vindas das operações no Brasil, por meio da Vivo, somaram 8,87 bilhões de euros (R$ 48,27 bilhões) no ano passado. A alta foi de 28,4%, a mais acentuada entre todos os territórios nos quais o grupo atua.

A receita avançou 9,3% na América Hispânica, 5,9% na Alemanha, 0,9% no Reino Unido e 0,6% na Espanha.

“No Brasil, a Vivo manteve seu forte impulso operacional, aceleração da implementação de FTTH (23,3 milhões de instalações passadas até dezembro de 2022) e participação de mercado móvel de 43,5%, com crescimento anual de dois dígitos na receita orgânica do quarto trimestre”, destacou a companhia, no relatório financeiro.

O resultado operacional antes de depreciação e amortização totalizou 12,85 bilhões de euros (R$ 69,93 bilhões) em 2022, 41,5% abaixo do registrado em 2021. A margem, com queda de 28,3 pontos percentuais (p.p.), ficou em 32,1%.

O capex, por sua vez, caiu 19,9% na íntegra do ano passado, para 5,81 bilhões de euros (R$ 31,62 bilhões). No quarto trimestre, a queda foi mais expressiva (24,2%), com os investimentos somando 1,8 bilhão de euros (R$ 9,8 bilhões).

“Estamos muito satisfeitos com a transformação que a empresa está realizando e estamos bem posicionados para continuar nessa trajetória de crescimento rentável. Em 2022, a Telefónica voltou a demonstrou sua solidez, seu compromisso com seus objetivos e sua capacidade de superar os ambientes mais complexos”, afirmou, em nota, José María Álvarez-Pallete, presidente da Telefónica.

“Em 2023, seguiremos mantendo a atual disciplina financeira e continuaremos priorizando os investimentos em projetos de conectividade. Para a Telefónica, responder às novas demandas da era digital não é uma opção; é a opção”, complementou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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