Lucro da Telefônica Brasil cresce 179% no primeiro trimestre

Empresa se beneficiou da venda de torres para empresa do grupo controlador. Mesmo sem a venda dos ativos, o lucro teria crescido mais de 100% no período, graças à evolução de diferentes segmentos do negócio. Sinergias com a GVT representaram R$ 142 milhões.

telefonicasA Telefônica Brasil divulgou na noite desta quarta-feira, 27, os resultados financeiros para o primeiro trimestre de 2016. A companhia conseguiu crescer em todas as áreas de atuação e ainda reduzir as despesas. Como esperado, a maior evolução veio no segmento de dados móveis e serviços de valor agregado, cuja receita cresceu 23% se comparada à registrada no mesmo período de 2015.

O lucro líquido da empresa cresceu nada menos que 179,3%, para R$ 1,22 bilhão, graças à venda de torres para a subsidiária brasileira da Telxius, empresa de infraestrutura do grupo controlador espanhol Telefónica. Sem a venda, o crescimento teria sido de 102%. O EBITDA, lucro antes de impostos, amortização e depreciação, ficou em R$ 3,78 bilhões, crescimento de 23,8%, ou de 7% excluindo a venda das torres. A empresa justifica o bom desempenho com melhores resultados operacionais e menor despesa financeira.

A receita operacional líquida da companhia foi de R$ 10,43 bilhões no trimestre, 0,6% maior que no período entre janeiro e março do ano passado. A receita com serviço móvel cresceu 0,4%, para R$ 5,9 bilhões, enquanto a com serviço fixo evoluiu 2%, para R$ 4,22 bilhões. O investimento (Capex) diminuiu. A empresa gastou 15,3% menos no trimestre, montante de R$ 1,5 bilhão.

O balanço destaca, ainda, a redução dos custos. Foram gastos 2% menos, R$ 7,3 bilhões. A Telefônica aumentou a despesa com pessoal devido à internalização de funcionários terceirizados. Mas gastou menos na comercialização de produtos, com custo de aparelhos vendidos e com redução da inadimplência.

Em sinergias resultantes da fusão com a GVT, a companhia estimou economias de R$ 142 milhões no trimestre. Para efeito de comparação, ao longo de 2015 inteiro, o valor foi de R$ 635 milhões. O endividamento bruto é de R$ 8,9 bilhões, menor 29,4% que um ano antes devido ao aumento de capital para aquisição da GVT, e a dívida líquida de R$ 4,68 bilhões.

Celular
A operadora continua a perder receita com voz off-net devido à derrubada do valor da VU-M pela Anatel. Os ganhos com voz entrante caíram 24,3%, e com voz sainte, 15,6%. O crescimento da receita com dados, porém, reduziu dependência da voz. Atualmente, os dados são R$ 3 bilhões dos R$ 5,9 bi faturados pela telefonia móvel da companhia. Disso, R$ 405 milhões são SMS, R$ 2,16 bilhões são internet, e R$ 476 milhões, SVA. O consumo de internet no celular cresceu 35,4%.

A empresa comemorou, na divulgação, os resultados no pós-pago, em que passou de 32% de market share de adições líquida para 41% em um ano. O churn ficou em 1,8%. A receita média por usuário (ARPU) cresceu 10,9%, para R$ 26,9. A alta foi catalisada pelo consumo 4G. A quantidade de acessos de quarta geração saltou 57%, e o tráfego móvel 4G subiu 88% no período. O total de acessos móveis ao final de março era de 73,3 milhões.

Rede fixa
A receita com serviços fixos mostra diminuição do uso da voz, também impactada por efeitos regulatórios, e crescimento da TV paga e internet. O faturamento da TV paga da Telefônica aumentou 21,1% em um ano, para R$ 476 milhões. Os ganhos com banda larga por fibra subiram 22,3%, para R$ 554 milhões. O mercado xDSL encolheu 0,6%, para R$ 401 milhões, enquanto o segmento corporativo, de dados e TI, retraiu 6,5%, para R$ 561 milhões. O total de acessos fixos no fim do trimestre era de 23,9 milhões, sendo 7,2 milhões em banda larga, 14,9 milhões em telefonia, e 1,8 milhão em TV.

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Rafael Bucco

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