Lucro da Algar recua 77,6% em 2022

Algar Telecom registrou lucro de R$ 51,4 milhões em 2022. A cifra foi afetada por amortizações e depreciações relacionadas à compra da Vogel, a investimentos e aumento dos juros

(Crédito: Freepik)

A Algar Telecom publicou na noite de ontem, 23, o resultado do ano de 2022, no qual registrou lucro de R$ 51,4 milhões. O número representa um recuo de 77,6% sobre 2021.

Segundo a empresa, houve maior volume de amortizações e depreciações relacionadas à compra da Vogel, aos investimentos orgânicos dos últimos anos. Mas, principalmente, a rubrica sofreu com o aumento das taxas de juros no serviço da dívida.

O montante depreciado e amortizado no ano foi de R$ 678,2 milhões, 14% a mais que em 2021. E os juros da dívida representaram R$ 346,1 milhões, alta de nada menos que 144,1%, aponta a tele no balanço.

A dívida líquida da companhia cresceu 8,9%, e chegou a R$ 2,67 bilhões. “Esses aumentos são decorrentes da captação efetuada em fevereiro de 2022, no valor de R$ 1,050 bilhão por meio da 12ª emissão pública de debêntures, com o objetivo de financiar investimentos na expansão de clientes e a promover um alongamento da dívida, mantendo os vencimentos alinhados à geração operacional de caixa”, afirma.

Nesta emissão de 2022, a Algar aumentou o indicador de alavancagem. Antes a relação dívida líquida/EBITDA deveria ficar abaixo de 3. Agora, o limite passou a 3,5. Nos anos de 2023 e 2024, somados, a empresa tem a pagar 38,2% do que deve.

O EBITDA, lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos, foi de R$ 1,14 bilhão em 2022, alta de 2,6%.

O Capex da companhia foi de R$ 475,7 milhões no ano passado, baixa de 31,1%. A empresa gastou menos com expansão de rede dessa vez, mas ampliou os aportes na manutenção da operação. Explica que o objetivo de 2022 era atrair clientes nas cidades em que já têm rede.

“Adicionamos 11,5 mil clientes B2B à nossa carteira e 53,9 mil acessos de banda larga sobre fibra”, informa.

A receita líquida do grupo cresceu 8,1% no ano que passou, e atingiu R$ 2,79 bilhões. Cresceu 13,1% no mercado B2B, no qual faturou R$ 1,87 bilhão, mas encolheu 0,9% no varejo, que registrou receita de R$ 928 milhões.

Em termos operacionais, a empresa terminou 2022 com 6 milhões de acessos, alta de 21,1% puxa pelo B2B. Somou 786,4 mil clientes em banda larga fixa, alta de 5,2%. Em telefonia móvel, 4,55 milhões de usuários, alta de 28,4%, puxada por IoT. Na telefonia fixa, cresceu 0,8%, passando a ter 703,1 mil clientes.

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Rafael Bucco

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