Ligga vai firmar parcerias com ISPs no 5G em SP, PR e região Norte

Operadora vai atuar por meio de intermediárias chamadas “ISP Telecom”, com as quais os provedores poderão se credenciar para lançar o serviço móvel; primeiras operações começam ainda em 2024
Ligga vai explorar o 5G em parceria com ISPs
Vitor Menezes, diretor da Ligga Telecom; operadora vai explorar 5G em parcerias com ISPs (crédito: TeleSíntese)

A Ligga Telecom anunciou, nesta segunda-feira, 12, durante o Encontro Nacional Abrint 2024, um modelo de parcerias com provedores de serviços de internet (ISPs) para expandir a infraestrutura 5G e ofertar o serviço de telefonia celular e a tecnologia FWA, que permite usar a rede móvel como banda larga fixa. A operadora vai explorar o modelo em todos os territórios nos quais detém frequência de quinta geração móvel – isto é, a região Norte e os estados de São Paulo e Paraná.

O modelo começou pela região Norte batizado de “Amazônia 5G”, mas será estendido para os territórios paulista e paranaense. Na prática, a Ligga vai disponibilizar a sua rede a duas empresas autorizadas chamadas “ISP Telecom” – uma fica responsável pela operação na região Norte e a outra, nos outros dois estados. Essas duas empresas poderão credenciar ISPs para atuar como MVNOs.

Atualmente, o projeto Amazônia 5G já conta com cerca de 50 provedores participantes. Isso não significa que todos vão lançar planos de telefonia móvel. Segundo a Ligga, os prestadores de banda larga podem se associar à ISP Telecom para disponibilizar infraestrutura , colaborando com a expansão da rede da operadora e com o cumprimento das obrigações previstas no edital do 5G.

A operadora paranaense precisa instalar mais de 900 estações rádio base (ERBs) e ativar o 5G em várias cidades com menos de 30 mil habitantes até 2026: 313 municípios na região Norte, 360 no Paraná e 464 em São Paulo.

O diretor de Assuntos Regulatórios e Institucionais da Ligga, Vitor Menezes, disse que a empresa criou o modelo em parceria com ISPs com base em uma permissão regulatória prevista pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), segundo a qual as obrigações da rede 5G podem ser cumpridas por meio de terceiros.

“Estabelecer uma operação desse porte do zero vai levar muito tempo para alcançar o mercado. Por isso, acreditamos muito em parcerias e que os provedores que já estão lá possam fazer essa ativação do 5G”, ressaltou. “As obrigações só começam em 2026, mas tenho a expectativa de que vamos fazer boa parte delas antes. O ISP não vai querer esperar dois anos [para ter o serviço celular]”, acrescentou.

Diferenciais

Segundo Menezes, o modelo de MVNO da Ligga será diferente do tradicional do mercado, sem se basear em pacote de minutos e de megabits. Por ser uma Prestadora de Pequeno Porte (PPP), a empresa tem flexibilidade para formatar práticas operacionais distintas.

Como pontos atrativos do negócio, a Ligga sugere que os parceiros terão que arcar com um volume menor de investimentos. Além disso, os provedores vão rentabilizar a Ligga com base na receita. A operadora paranaense fica responsável pelo contrato de roaming e por fornecer uma aplicativo para gerenciamento da base. Os clientes, inclusive, serão dos provedores, e não da Ligga.

As empresas que lançarem o serviço móvel também terão a opção de estampar os chips com suas marcas, ou usar a marca genérica ISP Telecom.

Ativação do serviço e 700 MHz

Em conversa com a imprensa após palestra no evento, Menezes confirmou que a Ligga vai solicitar o uso secundário da frequência de 700 MHz até o próximo dia 21. A empresa também está fechando contratos de roaming com outras operadoras, de forma a viabilizar o serviço para os ISPs que lançarem os MVNOs.

A previsão é de que as primeiras operações de telefonia móvel comecem no segundo semestre, possivelmente em 90 dias.

No Paraná, diferentemente de outras localidades, a Ligga terá o serviço de telefonia 5G com sua própria marca. A operação própria vai coexistir com a ISP Telecom no território paranaense, com o serviço fornecido diretamente pela Ligga mais circunscrito à capital.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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