Liberação de R$ 238 milhões para inovação na Defesa inclui sistema de cibersegurança

Segundo MCTI, trata-se do maior montante destinado à indústria da defesa pelo FNDCT. Valor vai custear 22 iniciativas.
Foto: Luara Baggi /MCTI
MCTI, Finep e Defesa anunciam projetos para inovação na Defesa | Foto: Luara Baggi /MCTI

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta quinta-feira, 21, a maior destinação de recursos já feita do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para projetos de inovação na Base Industrial de Defesa. O montante soma R$ 238 milhões

O valor vai custear 22 iniciativas de 25 empresas brasileiras. Entre as aplicações previstas estão sistema de cibersegurança, veículo autônomo, monitoramento antidrone e inteligência artificial.

A seleção ocorreu em junho do ano passado por edital lançado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O Ministério da Defesa integrou a comissão que avaliou as necessidades a serem atendidas no tocante às lacunas tecnológicas, aos requisitos para publicação do edital e análise de mérito das propostas, de acordo com o ministro José Mucio Monteiro.

A formalização ocorre desde março e envolve projetos de pesquisas com duração de 12 a 30 meses. Inicialmente, seriam selecionados apenas 11 projetos, mas a parceria com Finep dobrou a capacidade de investimento.

“O importante é focar no fortalecimento da base industrial de defesa, além de firmar a manutenção da nossa soberania e alcançar a tão desejada independência com supremacia tecnológica”, disse Múcio na cerimônia de lançamento.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reforçou que o investimento faz parte da estratégia interministerial. “O fomento à base industrial de defesa permite ao Estado dispor de inovações imprescindíveis para o monitoramento do meio ambiente e das fronteiras, garantindo a segurança das terras indígenas, da população e do território nacional. Além disso, investimentos no complexo de defesa resultam no aumento das exportações de produtos de alto valor agregado e na geração de empregos qualificados, contribuindo para a fixação de talentos no país”, afirmou.

Cibersegurança e rede privativa

Entre os projetos selecionados está o Sistema Autônomo Inteligente de Defesa Cibernética e Informação. O presidente executivo da Associação das Indústrias de Defesa, Roberto Gallo, explica que a aplicação “detecta ativos de informação em risco e aplica medidas automaticamente”, usando programações de inteligência artificial e segurança cibernética.

Questionado sobre a importância da rede privativa para potencializar o sistema de proteção, Gallo ressaltou que a implantação vai colaborar com segurança. Apesar disso, o projeto deve começar sem ela.

O Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi) aprovou os requisitos técnicos para a rede privativa fixa, que será implementada em todas as regiões do país, mas depende do endereçamento de pontos por parte do governo federal. A expectativa é de receber até outubro.

O projeto de sistema autônomo de cibersegurança será executado pelas empresas Kryptus Segurança da Informação e Bluepex Tecnologia, com valor aprovado de R$ 7,7 milhões. Outra iniciativa, “plataforma integrada de inteligência para monitoramento de ameaças e defesa do espaço cibernético”, da Clavis BBR Consultoria em Informática, recebeu  R$ 12, 4 milhões.

O projeto “veículo de superfície não tripulado multipropósito”, da DGS industrial, teve R$ 13, 5 aprovados. O demonstrador de sistema de monitoramento antidrone, da Embraer, terá R$ 14,9 milhões. Acesse a lista completa de distribuições e empresas selecionadas neste link.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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