Joint venture de APIs terá margem baixa e grande escala, diz presidente da Vonage

Formada por Ericsson e operadoras globais, joint venture de APIs está definindo marca e governança, conta Niklas Heuveldop

No Brasil para as comemorações de 100 anos da subsidiária local da Ericsson, Niklas Heuveldop conversou com o Tele.Síntese a respeito da futura joint venture criada pela fornecedora sueca com grupos globais de telecomunicação para exploração de APIs.

Niklas Heuveldop, CEO da Vonage (Divulgação)
Niklas Heuveldop, CEO da Vonage (Divulgação)

Presidente da Vonage, braço da Ericsson dedicado ao desenvolvimento de APIs, ele tem grande expectativa acerca da joint venture nascente. Diz que será um intermediário entre as operadoras e os desenvolvedores, trazendo neutralidade e interesse ao ecossistema. O objetivo é garantir que hyperscalers desenvolvam APIs e as incorporem a sua gama de serviços. Além da Vonage, o projeto já nasce também com o Google Cloud como parceiro na criação e comercialização das APIs de rede 5G.

Ambas as desenvolvedora vão contratar a plataforma global, que permite utilizar as APIs nas redes das operadoras associadas ou parceiras. Mas, para não inviabilizar os desenvolvedores, a nova empresa deverá ter preços próximos de custo. Em suma, diz, a nova empresa terá grande volume de receitas por ser global, mas margem pequena.

“As operadoras poderão oferecer APIs diretamente aos clientes, ou à plataforma da Newco. Mas para os desenvolvedores que usam a Newco terem alguma competitividade, a nova empresa deverá ter uma margem muito baixa”, explicou.

Fazem parte da joint venture diversos grupos de telecom mundo agora, inclusive mexicana América Móvil, que no Brasil possui a Claro, e espanhola Telefónica, que aqui controla a Vivo. Há operadoras que solicitaram para participar como sócias da empreitada e estão em negociação.

Mas Niklas explica que todo o setor é convidado a integrar a plataforma global de distribuição de APIs. Para tanto, haverá modelos contratuais que não exigem a entrada no negócio como acionista. Isso, falou, abre a porta para a participação de operadores móveis com redes 5G de qualquer porte, em todo mundo – como por exemplo as regionais brasileiras criadas a partir do leilão de espectro de 2021.

Niklas diz também que, embora a Ericsson detenha 50% do capital da nova empresa, não exercerá o controle do negócio. Será criado um conselho com poder equilibrado entre as partes a fim de garantir a neutralidade da proposta.

A composição desse conselho ainda será definida. Bem como o nome do CEO. Ele acredita que antes dessas definições, os acionistas vão definir o nome da nova empresa e marca. “Isso acontecerá em cerca de duas semanas, contratamos uma agência para elaborar a marca”, contou.

Outra característica da Newco diz respeito à adesão ao padrão CAMARA de APIs, que é o utilizado na iniciativa Open Gateway, coordenada pela GSMA, para acesso CPaaS às redes 5G. As operadoras podem desenvolver APIs com outros padrões e comercializarem se desejarem. Mas, diz Niklas, perderão a oportunidade que a escala global traz para o modelo de negócio.

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Rafael Bucco

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