Itaú anuncia iti, conta digital e plataforma de pagamentos instantâneos

Estratégia do banco é se antecipar ao surgimento do mercado de pagamentos instantâneos no país, cujas regras estão sob análise no Banco Central e devem entrar em vigor em 2020.

O grupo Itaú Unibanco vai lançar uma plataforma que reúne conta digital e sistema de pagamentos e transferências monetárias. O aplicativo, batizado de iti, será lançado no terceiro trimestre do ano. A ferramenta será capaz de receber depósitos, efetuar transferências entre seus usuários e quaisquer bancos, além de realizar pagamentos em estabelecimentos comerciais.

“A intenção é abranger todos os brasileiros, do usuário mais digital àquele não tem nem conta em banco”, diz Lívia Chanes, diretora do Itaú Unibanco responsável pelo projeto.

A plataforma não difere do que bancos digitais ou fintechs têm explorado no mercado local, exceto pela biometria. O usuário não precisa ter conta nem cartão de crédito para usar o app. Bastará fazer o download, se cadastrar e enviar uma selfie, sem necessidade de fotos de documentos. “O sistema biométrico que desenvolvemos achamos ser mais forte que o de autenticação de documentos”, acrescentou a executiva, durante coletiva de imprensa realizada hoje, 13, em São Paulo.

O banco criou o aplicativo dentro de casa. Não revela os investimentos, mas colocou uma equipe de 300 desenvolvedores pra produzir a plataforma. Segundo Chanes, no futuro a ferramenta terá serviços adicionais. Além das transferências e pagamentos, haverá contratação de seguro e realização de investimentos, por exemplo.

Quem baixar o serviço não terá de pagar taxa alguma para realizar transferências entre usuários iti. Para transferências destinadas a outros bancos ou serviços de conta digital, haverá cobrança por operação, de R$ 1,99. Mas não haverá, promocionalmente, cobranças até o final deste ano.

O iti também mira o público lojista. Estabelecimentos comerciais poderão receber pagamentos instantaneamente mesmo que feitos por meio de algum cartão de crédito cadastrado na plataforma. A loja terá de pagar uma taxa de 1% sobre a operação. Comércios que já usam máquinas (POS) da Rede, empresa do grupo Itaú Unibanco, poderão gerar o QR Code reconhecido pelo iti no próprio POS. O aplicativo também poderá ser integrado a ERPs.

Segundo Chanes, o Itaú já negocia com operadoras sobre modelos de zero rating sobre o uso do aplicativo, mas acordos ainda não teriam sido fechados.

Estratégia

O lançamento do iti é uma antecipação do Itaú Unibanco à liberação, pelo Banco Central, de realização de pagamentos instantâneos. As regras para essa modalidade de transação estão sendo definidas. Atualmente, o Bacen tem um Fórum no âmbito do Sistema Brasileiro de Pagamentos debatendo o assunto, com dois grupos de trabalho, um sobre negócios, outros sobre padronização e requisitos técnicos. O Bacen promete terminar as discussões e autorizar o funcionamento dos pagamentos instantâneos no Brasil já em 2020.

“O iti será a nossa plataforma, dependendo de como ficar a legislação do Banco Central”, afirmou Marcio Schettini, diretor geral do varejo do Itaú Unibanco.

A empresa espera, ainda, que os pagamentos por QR Code peguem em função do baixo custo de uso do app por parte dos lojistas e pela capilaridade já encontrada. Segundo os executivos, centenas de milhares de estabelecimentos que usam POS da Rede já estão credenciados a começar a usar o iti.

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Rafael Bucco

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