Itália e KKR devem pedir mais tempo ao Grupo TIM para apresentar proposta por rede fixa
O fundo norte-americano KKR e o Tesouro da Itália devem pedir ao Grupo TIM (antiga Telecom Italia) mais tempo para apresentar uma oferta conjunta pela unidade de rede fixa da companhia de telecomunicações. O prazo dado pela TIM termina no dia 30 de setembro.
De acordo com a Reuters, o ministro da Economia e Finanças da Itália, Giancarlo Giorgetti, deve se reunir com o presidente executivo da Vivendi, principal investidora do Grupo TIM, para discutir o acordo.
Citando fontes próximas à negociação, a agência de notícias indica que a KKR e o governo italiano estão preparando um pedido formal à tele para adiar por duas semanas a apresentação da proposta. A expectativa é de que a diretoria do Grupo TIM avalie o pedido de adiamento em reunião marcada para a próxima quarta-feira, 27.
O motivo pela extensão do prazo se deve ao fato de que o Tesouro precisa de aprovação do tribunal de contas para entrar no negócio. O parecer, contudo, só deve sair em outubro.
Venda da rede fixa
Na Itália, a TIM, controladora da TIM Brasil, espera vender a NetCo, como a unidade de rede fixa é provisoriamente chamada, para reduzir a dívida líquida da companhia, atualmente em torno de 26 bilhões de euros (aproximadamente R$ 135 bilhões).
Em junho, o conselho de administração do grupo concedeu à KKR um período para negociações exclusivas, descarando a oferta apresentada pelo banco estatal CDP em parceria com o fundo Macquarie.
O mercado estima que a proposta apresentada pela KKR some cerca de 23 bilhões de euros (R$ 119,5 bilhões). O Grupo TIM aguarda, portanto, uma oferta vinculante para o fim deste mês.
O ativo de rede fixa à venda é composto pela FiberCop, unidade de infraestrutura de fibra óptica, e pela Sparkle, braço responsável pela rede de cabos submarinos.
O governo italiano, no entanto, não quer ficar fora da jogada. A intenção é entrar com até 2,2 bilhões de euros (R$ 11,44 bilhões) na negociação, ficando com uma participação minoritária de 15% a 20% da NetCo. Caso o negócio avance, em outro momento, também segundo a Reuters, o Tesouro planeja adquirir o controle da unidade de cabos submarinos.