Intel já equacionou falta de chips registrada em 2019

Companhia investiu em aumento da produção, que já se elevou em "dois dígitos" no começo deste ano, diz a diretora geral para o Brasil, Gisselle Ruiz Lanza

A fabricante de chips Intel já equacionou e está normalizando o fornecimento de componentes de fabricação própria, graças à aceleração de investimentos feitos em linhas de montagem mundo afora, conforme a diretora geral para o Brasil da companhia, Gisselle Ruiz Lanza.

A executiva, que assumiu o comando da empresa no país em novembro de 2019, participou hoje, 4, de encontro com jornalistas em São Paulo. Ali, explicou que ano passado houve um surpreendente aumento da demanda pelos silícios da Intel. “Foi um desajuste de aumento da demanda acima da oferta, mas que já resolvemos. Investimos muito e ampliamos nossa capacidade de produção em dois dígitos já neste bimestre, se compararmos com os números de 2019”, afirmou.

Ao longo do ano passado, muitos fabricantes mundo afora tiveram que entrar na fila para receber os chips da Intel. Houve aumento da demanda por componentes para data centers, servidores, PCs para o mercado corporativo e até no varejo. “Fazemos um planejamento da produção com muitos trimestres de antecedência, e o que aconteceu foi que a previsão que tínhamos não considerava que viesse esse aumento da demanda”, frisou a executiva.

Conforme a companhia, foram investidos US$ 1 bilhão em mais capacidade e fornecimento flexível. Com isso, houve aumento da capacidade de fabricação de chips de 14nm em 25% e também aumento na produção de 10nm. A produção continuará a ser ampliada ao longo deste ano.

Coronavírus

Ruiz ressaltou que essa questão nada tem a ver com a crise mundial da cadeia de suprimentos de componentes feitos na Ásia, resultante da epidemia do novo coronavírus (Covid-19) e que assola os mercados atualmente. Segundo ela, a Intel tem fábricas em diversos países e suas unidades não tiveram a produção afetadas.

Ainda assim, ela espera que haja algum reflexo nos resultados da companhia, uma vez que fabricantes de computadores compram outros componentes de empresas chinesas, que não estão entregando no prazo. Assim, os clientes da Intel estão tendo que rever cronogramas e própria demanda.

Brasil em 2020

Ruiz relatou ainda ter confiança na expansão do mercado brasileiro, no qual registrou crescimento em 2020 puxado pelo mercado corporativo, o que deve se repetir neste ano em função da necessidade de atualização do parque de TI. A seu ver, outros segmentos, como internet das coisas, inteligência artificial e jogos eletrônicos trarão bons resultados também neste ano no mercado local, apesar da crise do Covid-19 e da alta desvalorização cambial. A companhia não divulga os dados exatos por região. No mundo, a Intel registrou alta de 2% nas receitas em 2019, para US$ 72 bilhões. O lucro líquido ficou estável em US$ 21 bilhões.

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Rafael Bucco

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