Indústria perde 9,6 mil empresas e 1 milhão de empregos em 10 anos
A indústria brasileira perdeu 9.579 empresas, ou 3,1% do total, além de 1,0 milhão de empregos, -11,6% do total, sendo 5,747 vagas nas indústrias extrativas e 998.200 nas indústrias de transformação, de 2011 a 2020. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa, que abrange as indústrias extrativas e de transformação, divulgada nesta quinta-feira, 21, pelo IBGE.
Segundo a pesquisa, em 2020, o país tinha 303,6 mil indústrias com uma ou mais pessoas ocupadas, sendo 6,3 mil indústrias extrativas e 297,3 mil indústrias de transformação. Essas empresas geraram R$ 4,0 trilhões de receita líquida de vendas (R$ 274,6 bilhões na indústria extrativa e R$ 3,7 trilhões na indústria de transformação) e pagaram R$ 308,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Desde 2011, o número de empresas industriais teve a sétima queda consecutiva, com a perda de 2,865 mil empresas (-0,9%) frente a 2019. Desde 2013, ponto mais alto da série de 10 anos, a redução foi de 9,4% (31,4 mil empresas).
Em 2020 o setor industrial ocupava 7,7 milhões de pessoas, das quais 97,4% operavam nas indústrias de transformação. A indústria perdeu 1,0 milhão postos de trabalho entre 2011 e 2020. Frente a 2013, o ponto mais alto do decênio analisado, houve uma perda de 15,3% das vagas.
“Vimos uma tendência de redução do número de empresas desde 2014, início da crise. Entre 2019 e 2020, houve uma queda de 0,9% no número de empresas, sendo 0,8% nas indústrias extrativas e 0,9% nas indústrias de transformação. Também houve queda de 1,2% no número de unidades locais frente a 2019, sendo 1,3% nas extrativas e 1,1% nas indústrias de transformação”, analisa a gerente de Análise Estrutural, Synthia Santana.
Das 29 divisões da Indústria, nove perderam pessoal desde 2011
Entre 2011 e 2020, mais da metade perdas de postos de trabalho foi nos setores de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (258,4 mil), Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil).
Já os maiores ganhos ocorreram na indústria alimentícia, principal empregadora do setor, seguida da indústria de fabricação de produtos não-metálicos e de produtos de borracha e material plástico. Como a criação de novas vagas se deu, sobretudo, em setores com salários mais baixos, o salário médio da indústria caiu em 2020.
Em 10 anos, o salário médio na Indústria caiu de 3,5 salários-mínimos para 3,0 salários-mínimos. Mesmo pagando os salários mais elevados, as Indústrias extrativas tiveram uma redução no salário médio, passando de 6,1 s.m. em 2011 para 4,6 s.m. em 2020. Nas Indústrias de transformação, o salário médio caiu de 3,5 s.m. em 2011 para 2,9 s.m. em 2020.
Ante 2019, o salário médio caiu de 3,2 para 3,0 s.m.: nas indústrias extrativas ele se manteve em 4,6s.m. e nas indústrias de transformação, caiu de 3,1 para 2,9 s.m.
(com Agência IBGE)