Huawei quer ser a nuvem do PIX e do OpenBanking no Brasil

Minsait prevê bancos fazendo esforços para manter clientes tentados pelas ofertas das novas instituições que se beneficiam da agilidade do PIX

A Huawei espera colher os frutos da evolução tecnológica do setor financeiro brasileiro. Durante live do Tele.Síntese hoje, 6, Airton Mello, diretor de negócios e vendas da fabricante, lembrou que no fundo, PIX e OpenBanking vão depender da infraestrutura de nuvem, segmento em que a gigante atua. E que a interoperabilidade vai definir o sucesso da iniciativa coordenada pelo Banco Central.

A empresa pretende atrair os bancos para sua plataforma graças à experiência acumulada no mercado chinês, onde a digitalização bancária já aconteceu e o celular é usado para transações desde 2004.

“Tem o PIX em 16 de novembro, depois o OpenBanking em 30 de novembro. As instituições vão compartilhar produtos e serviços entre si, e por isso precisam se preparar com uma arquitetura para oferecer alguma forma de acesso”, falou.

Segundo ele, a Huawei estruturou no Brasil, já há alguns anos, uma nuvem com duas zonas a fim de garantir a resiliência do sistema. “Então estamos preparados, em termos de computação, em termos de redes inteligentes”, disse.

Para ele, deve atrair mais clientes a nuvem bancária que tiver os melhores recursos. A fim de se diferenciar, a Huawei desenvolveu sistemas de inteligência artificial capazes de acompanhar toda a transação financeira realizada pelo PIX ou por OpenBanking, verificar origem, destino e determinar se há fraude.

O executivo lembrou, no entanto, que PIX e OpenBanking, embora tenham alto potencial, vão precisar de algum tempo para cair no gosto do brasileiro. “É a usabilidade e o usuário que vão ditar o caminho. E toda a infraestrutura tem que ser flexível, ser ágil, gerar resultados e proporcionar segurança”, observou.

Da experiência ao hábito

Ricardo Granados, head da Minsait Payments no Brasil, defendeu tese similar. Para o executivo da empresa desenvolvedora de tecnologias para meios de pagamento, o PIX, embora comece a funcionar amplamente agora em novembro, só deverá se consolidar a partir de 2021.

“A previsão é que só venha a acontecer de janeiro em diante. Até lá, o que teremos serão experiências do que ainda não conhecemos”, ressaltou. Segundo ele, o modelo escolhido pelo Banco Central tem a qualidade de trazer confiança ao cliente, o que deve acelerar a mudança de hábito em relação às transferências bancárias tradicionais, que demoram às vezes mais de um dia para se concretizar.

“As operações instantâneas do PIX vão transmitir mais segurança para o usuário, que vai ver o dinheiro cair rapidamente. E isso vai acelerar o uso”, prevê.

Para ele, o PIX também vai reduzir custos das empresas por conta da agilidade. “Cana canal tem um custo. À medida se estabelece novos canais mais rápidos, reduz-se custos, e isso é repassado para o cliente, a ponto de permitir a oferta de serviços de banco digital sem custo”, explicou. Em consequência, os bancos tradicionais vão correr para se proteger e ofertar soluções a fim de evitar a saída de clientes para novas instituições.

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Rafael Bucco

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