Huawei fez a inteligência artificial usada pelo HC para diagnosticar a Covid-19

Especialista da fabricante ressalta que operadoras têm papel fundamental no enfrentamento da pandemia, garantindo uma rede robusta capaz de lidar com aumento do volume de tráfego.

 

A fabricante de equipamentos de redes Huawei está por trás da tecnologia usada no programa Radvid19. A iniciativa recebe tomografias computadorizadas de hospitais de todo o Brasil para um diagnóstico auxiliar da doença.

Para lidar com o volume de pedidos, os radiologistas especialistas do Hospital das Clínicas da USP recorrem à plataforma de inteligência artificial criada pela empresa chinesa para ajudar no combate à pandemia em Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos ainda em 2019.

Conforme explicou em live hoje, 10, o consultor da Huawei Simon Tsang, o sistema analisa as imagens de tomografias pulmonares. A inteligência artificial foi treinada para identifica pontos opacos de pneumonia, sintoma da Covid-19. Imediatamente emite um relatório que traça não apenas as características e extensão da pneumonia, como a probabilidade de que o problema seja de fato o novo coronavírus.

“Um radiologista leva 12 minutos para analisar uma tomografia, e outros 2 minutos para produzir o relatório médico. A inteligência artificial que fizemos leva 10 segundos para analisar a tomografia. O médio então faz uma avaliação de 2 minutos do resultado, e em 30 segundos a máquina produz o relatório final”, contou.

Tecnologia em ação

Tsang explicou que os chineses recorreram muito às tecnologias para acelerar a detecção, controlar a disseminação e enfrentar o isolamento social. Foram criados robôs que andavam pela cidade orientando as pessoas a usar máscaras.

Os chineses também usaram drones para múltiplas tarefas. Segundo Tsang, essas aeronaves foram responsáveis por transporte de amostras, uma vez que o fechamento de vias causou congestionamentos. Também foram usados para emitir alertas à população e para esterilizar ruas.

Mais tecnologia foi aplicada em soluções de telemedicina, que permitiram a realização de consultas à distância e o treinamento de profissionais remotamente, e no reconhecimento de imagens térmicas em busca de pessoas que pudessem apresentar febre. Até um elevador inteligente foi desenvolvido, que permite aos passageiros usarem o celular para dizer em qual andar vão descer. Dessa forma, reduzindo-se o contato com os botões, vetores de contágio.

Operadoras ativas

O consultor lembrou que essas tecnologias dependem de uma infraestrutura de rede robusta e auxílio da nuvem. A Huawei implementou a tecnologia móvel 5G no hospital de Leishenshan, localizado em Wuhan e que foi construído em apenas 10 dias com mais de mil leitos.

“As operadoras têm um papel chave no combate, e por conta da pandemia, muitas já viram mundo afora que é preciso acelerar o investimento em fibra e 5G, e que os hospitais precisam estar bem atendidos por redes de alta capacidade”, ressaltou.

Conforme Steven Cheng, VP de relações públicas e governamentais da Huawei do Brasil, a fabricante tem auxiliado nesta entrega. A gigante asiática é responsável por 180 mil elementos de rede em uso atualmente no país. E desde o início da pandemia criou uma força tarefa para ajudar as operadoras 24 horas por dia, sete dias por semana, e prevenir falhas nas redes e lidar com os novos picos de tráfego em áreas residenciais.

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Rafael Bucco

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