HPE dobra de tamanho em redes com a compra da Juniper

HPE vai pagar em dinheiro pela Juniper, que traz patentes em IA e redes IP, além de ampliar potencial de ambas nas vendas para data centers.
Antonio Neri, presidente da HPE
Antonio Neri, presidente da HPE, anuncia entrada da empresa no mercado de IA em nuvem pública (Foto de 2023)

A compra da Juniper Networks pela HPE, anunciada ontem, 10, vai dobrar o tamanho da empresa texana no segmento de redes e gerar resultados positivos já no próximo ano. A informação é do CEO, Antonio Neri, que anunciou a aquisição por US$ 14 bilhões, feita em dinheiro.

A combinação dos negócios será utilizada pela HPE para comercialização de produtos que façam da conectividade à segurança, da inteligência artificial à nuvem. Segundo a empresa, o resultado do negócio aprofunda sua estratégia focada no mercado “edge-to-cloud”, uma menção ao segmento mais desejado: o dos data centers, que em meio à multiplicação da inteligência artificial, têm consumido mais produtos de rede para reduzir latências.

O acordo com a Juniper amplia o mercado endereçável para empresas de todo e qualquer tamanho e traz para o grupo patentes em IA e em redes. A HPE, vale lembrar, ampliou a aposta no mercado de redes com a aquisição da Aruba em 2015, por US$ 3 bilhões à época, que também faz roteadores e switches. Agora as unidades vão unir forças para revender produtos e serviços que vão de roteadores WiFi para empresas a redes privadas 5G, e gerar mais receitas com IA própria. É bom ter em vista que as redes ficam mais complexas a cada dia, e tecnologias de gestão automatizada tendem a crescer.

A fusão também levará o atual CEO da Juniper, Rami Rahim, ao comando da unidade de redes da HPE, reportando-se diretamente a Neri. A compra aumenta muito a importância da unidade de redes da HPE para a empresa. Hoje responsável por 18% das receitas líquidas do grupo, passará a 31% e responderá por até 56% do lucro operacional.

As sinergias esperadas com o negócio somam US$ 450 milhões ao longo dos 36 meses após o fechamento do negócio, que ainda precisa de aval concorrencial.

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Rafael Bucco

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