Há problemas técnicos para coordenação da 5G em blocos com menos de 100 MHz, diz Claro
A Claro considera essencial ter blocos nacionais de 100 MHz na faixa de 3,5 GHZ no leilão do 5G, para facilitar a coordenação e evitar ineficiência de espectro. A nova proposta da área técnica da é de que seriam vendidos cinco blocos de 80 MHz, sendo que um deles regional. “ Seguindo com essa modelagem, a preocupação é de que esse último bloco, o regional, não seja comercializado integralmente, seja partido, acabe-se em um cenário de diferenças no desenho do espectro em cada região”, afirmou a diretora Regulatória da Claro, Monique Barros.
Monique, que participou nesta sexta-feira de live do Tele.Síntese, defende o uso da faixa de 2,3 GHz, que também será leiloada, para atender a regionalização pretendida. “Esse seria o caminho mais interessante”, defendeu.
Segundo o diretor de Acesso Móvel da Claro, Celso Birraque, a aquisição de partes do lote regional pelas grandes operadoras vai gerar assimetria entre os lotes que cada tele vai ter ao longo do país devido ao limite de espectro que cada operadora poderá adquirir, se todos os lotes não forem vendidos inicialmente. “Isso vai fazer com que a coordenação do sincronismo entre os blocos adjacentes seja muito mais complexa, diferente do que aconteceria se cada uma tivesse acesso a um bloco de 100 MHz nacional”, ressaltou.
– Na prática, se há variação no tamanho dos blocos de uma forma muito grande, vai acarretar, fora a complexidade de coordenação, custos. E se essa coordenação não for feita, não houver o sincronismo, vai acarretar perdas de espectro”, afirma Birraque. Para ele, essa questão terá de será sanada com a adoção de uma banda de guarda e reduzir até 15 decibéis nas bordas para evitar interferências entre uma rede e outra, já que não existem filtros eficazes para o 5G.