Há faixas disponíveis para SLP, faltam modelos de negócios
Quais frequências devem ser usadas para redes de Internet das Coisas (IoT) em redes privativas da indústria 4.0 tem sido tema de debates constantes entre a Anatel e as diversas verticais do setor produtivo. Segundo o superintendente de Outorga e Recurso à Prestação da agência, Vinicius Caram, em função da importância dessa infraestrutura para a produtividade brasileira, muitas soluções estão em testes e já apresentam grandes avanços.
“O que eu vi, por exemplo, do que a Petrobras está fazendo com frequências para conectar as plataformas, com realidade aumentada e virtual para dar manutenção, avaliar as estruturas e conectividade de robôs, me chamou muito a atenção”, disse Caram, ao participar nesta segunda-feira, 29, da abertura do evento IoT e Redes Privativas, realizado pelo Tele.Síntese. Ele afirmou que outras faixas, além do 5G, estão em testes, usando SCM, SLP e WiFi 6E.
Caram destaca que nas faixas destinadas ao 5G é possível ter mais banda por portadora, com velocidades de 1Gbps e milhares de dispositivos conectados por quilômetro quadrado. Além disso, é possível customizar soluções a depender da latência exigida, afirma o superintendente, para a área industrial, de automação, de educação, segurança, agronegócio, portos, mineração, logística, óleo de gás e até broadcast.
Segundo Caram, existe uma variedade de redes de Serviço Limitado Privado (SLP), como uma rede isolada, com RAN compartilhada, com RAN e controle compartilhados ou mesmo uma rede contratada de prestadora. “Falta, talvez, dos interessados em redes privativas de modelos de negócios bem definidos para facilitar a escolha da faixa”, disse. Ele citou também as medidas da Anatel para facilitar a construção dessas redes, com simplificação e redução de custos administrativos, além da destinação de faixa em caráter primário e da autorização por polígonos.
Além disso, destaca que das 35 faixas destinadas ao serviço móvel, parte delas não está em uso pelas prestadoras, podendo ser solicitado o uso em caráter secundário, em acordos de exploração industrial.
Na faixa de 1,4 GHz o SLP tem 30 MHz em caráter primário, mais 10 MHz na faixa de 2,3 e 2,4 GHz e 100 MHz nas faixas de 3,7 GHz e 3,8 GHz, que ainda dependem de estudos. As faixas preferencias para o SLP inclui também a de 450 MHz, 700 MHz, 850 MHz, 900 MHz. Em avaliação estão a faixa de 220 MHz, 2,3 GHz, 2,5 GHz e 27,5 a 27,9 GHz.
Outra providência da Anatel para facilitar o acesso às radiofrequências e a finalização do Sistema de Gerência de Espectro (SGE), que mostrará as faixas em uso em cada local do país, permitindo a coordenação desse uso.