Grupo Telefónica anuncia nova meta de redução de emissões até 2030
O grupo espanhol Telefónica anunciou, durante a abertura do 14º Workshop Global de Energia e Mudanças Climáticas, realizado no Brasil, o objetivo de alcançar uma redução de 90% em suas emissões de gases de efeito estufa operacionais globais (escopo 1 e 2), além de 56% em toda a sua cadeia de valor.
A operadora antecipa, assim, suas previsões ao atingir uma redução de 80% em 2022, oito anos antes do previsto. Segundo a empresa, será possível atingir emissões líquidas zero até 2040, incluindo a sua cadeia de valor.
Durante o evento, Maya Ormazabal, Diretora de Meio Ambiente e Direitos Humanos da Telefónica, destacou que é importante acelerar as iniciativas porque a crise climática é urgente e impacta em muitas frentes. “Nosso compromisso é atingir emissões líquidas zero até 2040 em toda a cadeia de valor, assim como neutralizar as emissões de nossas principais operações a partir de 2025. Isso é possível graças ao nosso Plano de Ação Climática, que abrange toda a empresa, a implementação de redes mais eficientes como fibra e 5G, o impulso de energia renovável e a redução das emissões provenientes de combustíveis e gases refrigerantes.”
Christian Gebara, CEO da Vivo, diz o Brasil tem grande importância na estratégia do grupo por conta do tamanho da operação local. “São 112 milhões de clientes. Já somos uma empresa sem impacto de carbono porque compensamos o que produzimos, mas vamos ser net zero em 2030, e em 2040, seremos carbono neutro com nossa cadeia de valor inteira. Esse compromisso está 100% assumido pela gestão local, em linha com o grupo”, afirma o executivo.
Em uma das frentes, a geração de energia, a Vivo seguirá investindo em produção própria e limpa. “O nosso programa de Geração distribuída está hoje com 64 usinas de geração de energia renovável, e ano que vem serão 85. Essas usinas vão produzir 90% da nossa baixa tensão, o que equivale a energia de uma cidade de 300 mil habitantes”, explicou ele ao Tele.Síntese.
O caminho traçado
Joanes Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo, da Telefônica Brasil, destaca que a empresa reduziu suas próprias emissões em 88% nos últimos sete anos graças ao uso de energia 100% renovável e biocombustíveis em suas operações, além de programas de eficiência e melhoria operacional.
A Vivo compensa todas as emissões diretas que não pode evitar com projetos de conservação da Amazônia. Para alcançar o desafio global de emissões líquidas zero até 2040, está desenvolvendo um trabalho sólido em sua cadeia de valor, junto aos seus 125 fornecedores mais intensivos em emissões, para que realizem seus inventários e assumam compromissos ambientais.
O Grupo Telefónica conseguiu reduzir, em 2022, o consumo de energia em 7,2% em comparação com 2015, mesmo com o tráfego gerenciado por suas redes aumentando 7,4 vezes. Para alcançar isso, foram determinantes a implementação de projetos de eficiência energética e contar com 82% do consumo global de eletricidade proveniente de fontes renováveis, 100% no Brasil, Europa, Peru e Chile.
Nos últimos sete anos, a empresa reduziu 51% de todas as suas emissões, o que significa 80% para os escopos 1 + 2 (operacionais) e 32% no escopo 3 (cadeia de valor).
Plano de ação da Vivo
Para garantir o cumprimento de seus objetivos em curto, médio e longo prazo, a Telefónica também possui um Plano de Ação Climática. O plano estabelece objetivos e medidas respaldados pela ciência para apoiar sua transição para uma economia com baixa emissão de carbono.
Entre as metas de curto prazo, até 2025, o plano da operadora prevê:
- Reduzir em 90% o consumo de energia por unidade de tráfego, com relação a 2015
- Continuar com eletricidade 100% renovável, expandindo o projeto de geração distribuída
- Reduzir em 39% as emissões de fornecedores, com relação a 2016
- Contribuir para que os clientes reduzam suas emissões através de serviços de conectividade e Ecosmart
- Neutralizar anualmente as emissões dos escopos 1 e 2.
Em relação à cadeira de valor, a companhia já estabeleceu critérios para contratações futuras. Por exemplo, o custo total de propriedade incorporou o chamado “preço-sombra”, adicionado quando os equipamentos são considerados menos eficientes em relação ao consumo ou construção, ou utilizam gases refrigerantes. Dessa forma, a decisão de compra beneficia fornecedores alinhados aos objetivos de sustentabilidade da companhia.