Grupo Telefónica anuncia joint venture em rede neutra na Alemanha

Iniciativa similar no Brasil está no segundo round de negociações, informou o COO do grupo, Ángel Villá. Projeto alemão prevê aportes de até € 5 bilhões nos próximos seis anos para fazer 2 milhões de homes passed.

O grupo espanhol Telefónica, dono da Telefônica Brasil, anunciou hoje, 29, que firmou contrato com o grupo Allianz para criar uma joint venture focada no atacado de FTTH (rede de acesso ótico) na Alemanha.

Serão investidos € 5 bilhões no projeto ao longos dos próximos seis anos. Inicialmente, a JV vai receber aporte de € 500 milhões por parte da Telefónica, e de € 1 bilhão da Allianz.

A unidade vai construir redes ópticas em todo o país, cobrindo 2 milhões de novos domicílios em áreas rurais ou semi-rurais. A nova unidade será independente do grupo, e vai operar como atacadista, vendendo os acessos a quaisquer interessados.

Segundo Angel Villa, chief operating officer (COO) do grupo, a iniciativa tem o objetivo de garantir uma implantação eficiente da fibra na Alemanha, onde ainda há muitas casas sem fibra. A seu ver, o foco é reduzir os riscos de que haja infraestruturas sobrepostas no país.

A joint venture, explicou na conferência dos resultados do grupo ocorrida pela manhã, será na proporção 50% para cada sócio. E, embora a Telefónica Deutsche seja acionista, ele garantiu que há mecanismos de governança que garantem a atuação neutra da nova unidade.

O grupo Allianz, embora conhecido por ser grande vendedor de seguros em todo o mundo, tem realizado investimentos em infraestrutura. Recentemente, anunciou aportes em redes ópticas na França e na Áustria.

Brasil e mundo

A parceria na Alemanha não será a única imersão do grupo em redes neutras. No Brasil, lembrou Villá, há a busca por um sócio para realizar aportes em expansão da rede óptica de acesso fora do estado de São Paulo. Mas há diferenças de abordagem.

No caso brasileiro, essa empresa que será criada vai privilegiar os acessos da Vivo no primeiro momento, e depois comercializará a infraestrutura de forma neutra. Além disso, haverá a migração de rede já construída (brown field) para a joint venture local. A expectativa aqui é que essa empresa construa 5 milhões de homes passed (leve o cabo de fibra a quatro milhões de residências).

Na Alemanha, o projeto será todo green field, ou seja, serão feitas 2 milhões de HPs pela joint venture, sem herdar nenhum ativo feito anteriormente.

Villá reiterou o que disse ontem Christian Gebara, CEO da Vivo: afirmou que o processo de seleção de um sócio para o caso do Brasil está avançado. Detalhou que as negociações estão no “segundo round” e que muito em breve será anunciado o parceiro escolhido.

O grupo também tem outra iniciativa no Chile, onde a busca por sócio para a rede de fibra ainda está no começo, completou.

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Rafael Bucco

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