Grandes operadoras superam provedores regionais em velocidade contratada

Brasil terminou 2023 com velocidade média dos acessos de banda larga fixa em 334,57 Mbps. O cabo coaxial superou a fibra em contratos de ultra banda larga mais rápida.

As grandes operadoras de telecomunicações do país terminaram 2023 como líderes em velocidade de banda larga, superando os provedores regionais de internet, que tinham o posto ao fim de 2022.

Os grupos vinham disputando quase mês a mês quem tinha os contratos com maiores taxas de download. A partir de maio, no entanto, as teles nacionais se descolaram dos pequenos e abriram vantagem. Ao final de dezembro, os acessos das empresas de grande porte eram de 346,69 Mbps, em média, enquanto os dos ISPs eram de 323,79 Mbps.

Gráfico mostra a disputa entre grandes e pequenas provedoras de internet ao longo dos anos. Em 2023, as grandes abriram vantagem.
Gráfico mostra a disputa entre grandes e pequenas provedoras de internet ao longo dos anos. Em 2023, as grandes abriram vantagem. (Fonte: Anatel)

Estes números não representam a velocidade real de navegação, é bom ressaltar, uma vez que as empresas não têm obrigação de entregar, em tempo integral, a velocidade máxima contratada. Assim, o acesso varia. No entanto, os contratos com valores nominais dão um indicativo dos rumos tomado pelo mercado e o nível de ofertas.

Os dados são reportados pelas próprias empresas à Anatel e compilados pela agência. Indicam que Rio de Janeiro é o estado em que a velocidade média contratada é mais alta: 783,27 Mbps. Em seguida vem São Paulo, com 763,49 Mbps. O Pará aparece em terceiro lugar, com média de 676,25 Mpbs.

A velocidade média contratada para banda larga no Brasil terminou o ano em 334,57 Mbps. Ou seja, há grande diferença entre o Rio de Janeiro, que aparece no topo do ranking, em relação ao Sergipe, estado em que a velocidade média ficou nos 240 Mbps.

Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Tocantins, Ceará, Espírito Santo, Rondônia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e Pernambuco também apresentam assinaturas inferiores à média nacional. Maranhão, Minas Gerais, Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Roraima, Piauí, Mato Grosso, Acre, Amazonas, DF, além de Pará, São Paulo e Rio, ficaram acima da média.

Tecnologia predominante

Os dados da Anatel mostram que a fibra é responsável pela maioria dos acessos em ultra banda larga do país, mas o cabo coaxial, utilizado principalmente pela Claro, tem em média contratos de velocidades mais altas desde agosto de 2023. Enquanto a fibra tinha acessos de 346,32 Mbps, o cabo encerrou o ano com 379,22 Mbps.

Entre as grandes operadoras, a Claro tinha velocidade contratada mais alta, em média. Já a Vivo, a mais baixa. Operadoras que utilizam redes neutras, como a Sky com Fibrasil, ATC e I-Systems, e a Oi com V.tal, aparecem em segundo e terceiro lugar no ranking das grandes, como se vê na tabela abaixo, formulada sempre com dados obtidos junto à Anatel.

Empresa Período Velocidade Contratada Média (Mbps)
CLARO dez-2023 383,09
SKY/AT&T dez-2023 373,59
OI dez-2023 371,54
TIM dez-2023 368,21
VIVO dez-2023 274,44

Dentre os provedores regionais com maior base de clientes, a Vero terminou o ano com maior média de velocidade contratada, e a Brisanet, com a mais baixa (tabela abaixo).

Empresa Período Velocidade Contratada Média (Mbps)
VERO dez-2023 491,49
ALGAR dez-2023 386,20
UNIFIQUE dez-2023 381,37
DESKTOP dez-2023 370,16
EB FIBRA (Alloha) dez-2023 342,32
ALARES dez-2023 341,92
BRISANET dez-2023 308,24

Errata: A primeira versão deste texto atribuiu uso da rede da V.tal à Sky. Na verdade, a Sky utiliza redes da Fibrasil, ATC e I-Systems.

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Rafael Bucco

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