Governo quer tornar agências dos Correios pontos de internet gratuita
O governo federal estuda a instalação de wifi livre nas agências dos Correios, transformando as unidades em pontos de acesso gratuito à internet. A ideia está sendo discutida pelo Ministério das Comunicações (MCom) e faz parte do plano de reestruturação e nova fase da estatal.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva, defende que a empresa possa ser reconhecida para além do serviço postal, mas também pela “função social”.
“Nós temos essa função social que é de estar presente em todos os municípios. Todo município que você vai tem uma agência. Nós vamos querer colocar internet em todo lugar, pra que quando a pessoa chegar lá na ‘praça dos Correios’, em qualquer cidadezinha, possa acessar a internet”, contou Silva ao Tele.Síntese.
O presidente ressalta que esse projeto de conexão está apenas em fase inicial de discussão, inclusive a possibilidade de parcerias. Apesar disso, o desejo é de avançar em uma proposta concreta sobre o tema ainda este ano.
Nova fase
Com uma rede composta de 9.456 pontos de atendimento, distribuídos em 5.553 municípios, os Correios segue em plano de extensão. De acordo com a Carta Anual de Políticas Públicas e Governança Corporativa, referente ao ano 2022, a estatal está apoiando negociações com as prefeituras municipais, criação de canais alternativos de atendimento e ações de melhoria para uma maior atratividade na alocação de pessoal em localidades distantes dos centros urbanos.
A gestão de Fabiano Silva se dá em pleno momento de reestruturação. Os Correios era uma das estatais no plano de privatizações do governo Bolsonaro. Com a eleição de Lula, a expectativa de manutenção e reforço de investimento na empresa pública já começou ainda na transição.
No final de junho, o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) recomendou oficialmente a exclusão de uma série de empresas públicas do Programa Nacional de Desestatização, entre elas, os Correios. A equipe trabalha em mudanças que serão consolidadas nos próximos anos, entre elas, o aprimoramento do modelo de negócios e reposicionamento para contribuir com as políticas públicas.
“A comunicação é uma garantia que o estado brasileiro tem que dar para que todas as pessoas, em qualquer parte do país, tenham esse direito. Quem garante isso somos nós, os Correios”, afirma Silva.