Governo estuda tirar gestão do FSA da Ancine

Objetivo é evitar que filmes “que atentem contra valores éticos e morais tradicionais da nossa sociedade” sejam beneficiados com recursos do fundo do audiovisual. E o governo não chama isso de censura.

Depois de desidratar e transferir o Conselho Superior do Cinema para a Casa Civil, o governo estuda nova mudança na política cultural do país, de retirar a Ancine da gestão do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o tema está em análise pela área jurídica do Palácio do Planalto.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou hoje (23) que o governo estuda retirar a Agência Nacional do Cinema (Ancine) da gestão do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Segundo o porta-voz, o tema está em análise pela área jurídica do Palácio do Planalto.

De acordo com o porta-voz, se a mudança ocorrer, o FSA poderá ser repassado para a Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério da Cidadania, a quem caberia a execução orçamentária e financeira do fundo de fomento, que tem orçamento de R$ 724 milhões este ano. Neste caso, a Ancine deixaria de atuar como agência de fomento, passando a concentrar suas atividades apenas nas áreas de supervisão e regulação do mercado.

O FSA foi criado pela Lei nº 11.437/2006, destinado ao desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil. O fundo contempla atividades associadas aos diversos segmentos, como produção, distribuição, comercialização, exibição e infraestrutura de serviços, por meio de investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos financeiros. Mais recentemente, recursos do fundo também são aplicados na indústria de games.

A maior parte do FSA vem das operadoras de telecomunicações, que contribuem com a Condecine-Teles. Entre 2012 e 2018, essas empresas contribuíram com R$ 6,6 bilhões.

Rêgo Barros também afirmou, durante conversa com jornalistas, que o presidente Jair Bolsonaro não quer que o governo patrocine obras audiovisuais que atentem contra “valores tradicionais”. “O presidente não censurará filmes patrocinados pela Ancine. No entanto, o governo também não patrocinará filmes que atentem contra valores éticos e morais tradicionais da nossa sociedade”, disse.(Com Agência Brasil)

Avatar photo

Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

Artigos: 11111