Google lança plataforma de nuvem gerenciada
O Google fez uma série de lançamentos nesta terça-feira (24), em São Francisco (EUA)* para sua plataforma de nuvem. O objetivo é fazer frente ao avanço de Amazon e Microsoft. Para isso, a aposta recai sobre inteligência artificial, automação e containerização.
A promessa da companhia é fornecer soluções que dispensem a ampliação do quadro de funcionários por empresas. Uma das novidades é a Cloud Services Platform. Trata-se de uma plataforma para gerenciamento de todas as funcionalidades de nuvem compartimentalizadas (em containers) para empresas. Ela mostra de forma visual as aplicações em uso em uma nuvem híbrida e como as aplicações conversam entre si.
Também foi anunciada a plataforma Istio. Usada para o gerenciamento de microsserviços, vinha em desenvolvimento há dois anos e agora saiu do beta, chegando à versão 1.0.
O Google lançou ainda um motor capaz de rodar aplicações em containers kubernetes para empresas que desejam manter seus sistemas on-premise, sem recorrer à nuvem. O produto se chama GKE On-Prem.
Todas essas tecnologias usam código aberto. A empresa pretende explorar o mercado corporativo de diferentes maneiras – da venda direta à comercialização por parceiros.
Um desses parceiros é a Cisco. A fabricante que equipamentos de rede lançará em agosto sua própria solução compatível com a Google Cloud Services Platform. O produto permitirá a companhias que usam nuvem privada migrar para a nuvem pública. A empresa também vai integrar sua plataforma de colaboração Webex à do Google, passando a marcar compromissos no Google Calendar e a oferecer acesso ao G Suite a partir do Webex Team Spaces.
Em contrapartida, será possível a empresas habilitar no Android a realização de chamadas e videoconferência nos smartphones corporativos.
Inteligência artificial
Neste segmento o Google mostrou seu principal diferencial. A companhia anunciou a terceira versão de um hardware, o Cloud Tensor Processing Unit, criado especialmente para o processamento de instruções de machine learning.
A companhia também revelou melhorias em seu Cloud AutoML, uma ferramenta que automatiza o desenvolvimento de soluções de machine learning. Acrescentou a ela o Auto ML Natural Language e o AutoML Translation. O primeiro prevê o treinamento de máquina para reconhecer expressões e conceitos específicos de uma indústria.
Segundo Fei-Fei Li, cientista chefe do Google, seu diferencial está no sigilo das informações. Nada do que for alcançado pelo desenvolvedor que usa o AutoML Natural Language, nenhuma informação que levou ao reconhecimento de uma expressão, será compartilhado com outros.
Já o AutoML Translation leva esse conhecimento para o aplicativo. Assim, uma empresa que usa o AutoML Natural Language consegue aplicar o treinamento bem sucedido em uma interface de contato direto com o consumidor, equipe de campo, ou onde o aplicativo for utilizado. Ambos estão disponíveis, em inglês e em beta, desde já, para os clientes Google Cloud.
*O jornalista viajou a San Francisco a convite do Google