Google fecha empresa que usava balões para fornecer internet

Não foi possível reduzir custos da operação, que focava o atendimento em áreas remotas, de populações de baixo poder aquisitivo ou afetadas por desastres, explicou o CEO da empresa.

A Alphabet, holding dona do Google, decidiu fechar a Loon, empresa que desenvolveu balões equipados com estações radiobase para irradiar sinal móvel sobre áreas isoladas. A Loon surgiu em 2013 como forma de acelerar a universalização do acesso à internet. Durante todo este tempo, não registrou lucro, fazendo parte sempre da área de apostas tecnológicas do Google.

Com a pandemia de Covid-19, as coisas ficaram ainda mais complicadas para uma empresa que atendia áreas com população escassa, de baixo poder aquisitivo ou afetadas por desastres. Já em março de 2020 o CEO da empresa, Alastair Westgarth, apontava os problemas que a crise sanitária trouxe à Loon. A equipe não conseguia viajar para implantar os sistemas os custos obrigaram a demissão de técnicos.

No texto em que anuncia o encerramento das atividades, o CEO explica que a empresa não conseguiu chegar a preço condizente com a demanda. “Embora tenhamos encontrado parceiros ao longo do caminho, não encontramos nenhuma forma de reduzir custos a ponto de erigir um negócio sustentável e de longo prazo”, resumiu.

A última entrega do Loon foi a ativação de sinal móvel no Quênia em parceria com a operadora local em julho. Pouco antes, em maio, passou a atender localidades em Moçambique.

A empresa vinha desenvolvendo junto com Airbus, Ericsson, Haps Mobile, Nokia, Intelsat e Telefónica uma plataforma aérea capaz de irradiar sinal móvel. A plataforma conjugaria os balões da Loon e drones gigantes movidos à energia solar equipados com estações radiobase, desenvolvidos pela Haps Mobile. Ainda não está claro se a HAPS Alliance, entidade que tem a Loon como fundadora, seguirá desenvolvendo a tecnologia.

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Rafael Bucco

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