Globenet segrega ativos nos EUA para continuar fusão com a V.tal

Globenet aguarda aval de autoridades nos EUA para juntar ativos localizados no país à rede da V.tal, o que deve sair ainda este mês, diz Rodrigo Abreu, CEO da Oi
Crédito: Freepik
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O complexo processo de venda do controle da V.tal pela Oi a fundos do banco BTG Pactual e Globenet tem ainda uma incerteza no ar vinda dos Estados Unidos (EUA).

Operadora internacional de atacado, a Globenet possui ativos em diversos países, nos quais precisou requisitar também aval para continuar a transação. A empresa conseguiu o sinal verde das ilhas Bermudas, mas ainda aguarda a palavra final da FCC e do Comitê de Investimentos Estrangeiros (CFIUS), ambos nos Estados Unidos.

A FCC, autarquia que regula o setor de telecomunicações dos EUA, e o CFIUs assinaram em 27 de maio um memorando aprovando a fusão da Globenet com a Oi. Mas o documento ainda precisa ser votado pela diretoria dos órgãos, o que está previsto para acontecer até o final de junho.

Para acelerar o fechamento do negócio com a Oi, a Globenet segregou os ativos que possui nos EUA e assinou um acordo com a Oi para incorporá-los, depois dos avais regulatórios pendentes, à V.tal. Dessa forma, observou Rodrigo Abreu, CEO da Oi, as negociações prosseguiram e puderam ser concluídas ontem, 9.

IPO da V.tal

Abreu participou hoje, 10, de uma conferência com analistas de mercado sobre a venda do controle da V.tal. O arranjo final ampliou para 65,3% a participação da empresa de rede neutra que ficará nas mãos dos fundos do BTG devido a dificuldades da Oi em entregar todas as métricas pré-estabelecidas na compra, em 2021.

Ainda assim, ele garantiu na conferência que a Oi saiu do negócio pagando menos pelo uso da rede da V.tal, o que considerou uma vitória.

Uma das mudanças contratuais diz respeito à propriedade dos equipamentos na casa dos clientes da Oi. Pelo contrato anterior, a V.tal seria dona da estrutura de ponta a ponta, e a Oi exploraria o serviço de banda larga. Agora, a Oi passa a ser dona também das OLTs.

O executivo ressaltou que a V.tal é considerada um ativo estratégico para a Oi por conta do potencial de valorização.

A expectativa é que a empresa de redes neutras tenha forte valorização em dois a três anos. A partir daí, poderá realizar a uma abertura de capital (IPO), o que vai reforçar também o caixa da Oi na ocasião, ou captar dívida de longo prazo no mercado, permitindo nova onda de valorização.

Até 2025, é bom lembrar, a V.tal pretende investir R$ 30 bilhões para dobrar o número atual de casas passadas com fibra, chegando a 32 milhões.

Abreu também lembrou que a venda do controle da V.tal contribui para redução da dívida da Oi. Já no fechamento, ontem, a Oi pagou R$ 3,5 bilhões em debêntures que estavam nas mãos dos fundos Brookfield e Farallon.

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Rafael Bucco

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