Galvão: O papel crucial da integração de sistemas
* Marcelo Galvão
A integração de sistemas tem se tornado cada vez mais uma prioridade para muitas empresas que buscam acelerar sua jornada rumo à transformação digital e maior eficiência operacional. Isso é tão verdade que, segundo recente estudo realizado pela Digibee, em parceria com a CensusWide, 71% dos líderes em TI dos Estados Unidos e Canadá planejam aumentar o nível de integração nas suas organizações até o final de 2023. O dado demonstra a importância crescente que esses profissionais estão atribuindo a essa questão como parte fundamental de suas estratégias de negócio.
Anteriormente, era comum que muitas companhias com perfil de holding ou grupo operassem com sistemas descentralizados e independentes, o que gerava barreiras significativas em termos de comunicação e eficiência operacional. As equipes atuavam de forma isolada, dificultando a entrega de uma experiência uniforme e simplificada, sobretudo aos clientes. Além disso, a falta de um fluxo de trabalho integrado atrapalhava a identificação rápida de problemas e a tomada de decisões baseadas em dados abrangentes e atualizados.
Hoje, CIOs, CTOs, arquitetos de sistemas e desenvolvedores da Web estão trabalhando juntos, aproveitando esse novo momento para fornecer soluções e avanços em um ambiente ágil, seguro e confiável. Assim, ao integrar os times e sistemas, empresas de todos os tamanhos e setores podem acelerar a entrega de novas funcionalidades e melhorias, resultando em uma redução do tempo de atendimento, de custos e proporcionando uma interação mais fluida a todos os usuários. Além disso, a padronização de interfaces e a conexão com serviços de valor agregado contribuem para uma usabilidade consistente e uniforme em diferentes localidades.
Atualmente, a inovação tecnológica está transformando as companhias de maneira profunda. Tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, infraestrutura de nuvem e sistemas de gestão automatizados têm impacto em várias áreas, desde transações comerciais até logística, estoque e burocracia. Quando esses diferentes setores são integrados em uma arquitetura digital única, os benefícios são claros. Isso também inclui a promoção de maior competitividade no mercado e a capacidade de atender às demandas dos consumidores mais conectados e exigentes da nova geração.
Mas é importante considerar que implementações inadequadas podem ter consequências negativas. Ainda de acordo com o estudo mencionado, integrações mal executadas foram destacadas por 42% dos entrevistados como responsáveis por processos ineficientes, levando a resultados indesejados. Portanto, é essencial adotar uma abordagem cuidadosa e estratégica, a fim de mitigar riscos e garantir o aperfeiçoamento esperado.
Além disso, a pesquisa também revelou que quase 40% dos participantes identificaram que as dificuldades em promover a inovação estão diretamente relacionadas aos problemas de integração. Lutando para permanecerem operacionais, o investimento nesse sentido é muitas vezes deixado de lado em detrimento de manterem o negócio, ainda que de forma instável e ineficiente.
A integração de sistemas traz uma série de benefícios, incluindo uma melhor acessibilidade de dados, permitindo que as pessoas dentro da organização obtenham informações relevantes de forma mais fácil. Isso significa que estratégias, planos e decisões podem ser embasados em dados concretos, em vez de depender apenas da intuição.
Importante ressaltar que, globalmente, o IPaaS (Integration Platform as a Service) passou de uma adoção inicial global de 20% para atuais 50%, onde é usada não apenas para integrar aplicativos e dados, mas ecossistemas, APIs (Application Programming Interface) e processos de negócios inteiros.
Todos esses esforços por parte do mundo corporativo podem ser resumidos a uma única frase: transformação digital. A integração corporativa não é mais uma opção. É um imperativo, servindo como um requisito tecnológico estabelecido no suporte à inovação, resiliência e lucratividade dos negócios.
*Marcelo Galvão é CIO da Alloha Fibra