A fragilidade dos indicadores da qualidade no celular

Conforme o TCU, entre os anos de 2013 e 2015 foram divulgados dados sobre a qualidade da banda larga móvel sem validade estatística, que não representam a realidade.

shutterstock_Iaroslav-Neliubov_telefonia_movel_device_celular_smartphoneO Tribunal de Contas da União, em seu acórdão de hoje, 14,  determinou também 90 dias para que a Anatel desenvolva a revisão do modelo de gestão da qualidade do SMP (o que já está sendo pensado pela agência). Até porque o próprio TCU também constatou que há um volume excessivo de indicadores, e até mesmo sobreposição de atribuições entre os técnicos da agência.

O documento bate firme na EAQ (Entidade Aferidora de Qualidade), a menina dos olhos do ex-presidente da agência,  João Rezende, o programa que mede a qualidade da banda larga fixa e móvel no país. Para a banda larga móvel, afirma o TCU, os resultados não foram confiáveis. Segundo o TCU,

  • Foram constatadas diversas dificuldades operacionais por parte da EAQ em realizar as medições dos indicadores; empecilhos para localizar pontos físicos de teste; utilização de equipamentos de teste que apresentavam instabilidades na medição dos dados da rede; necessidade de mais amostras do que pontos de teste disponíveis na região; e distinção na produção do indicador devido a diferenças entre os períodos avaliados para alguns estados do país.
  • Conforme o o acórdão aprovado,”a EAQ obteve e divulgou, entre 2013 e 2015, índices sem garantia de validade estatística, que não representam a realidade e que não são comparáveis nem entre as diferentes operadoras no mesmo mês nem entre meses diferentes na mesma operadora”
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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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