Fitch reforça nota “AAA(bra)” da TIM Brasil com perspectiva estável

Para agência de rating, operadora se destaca por baixa alavancagem e perspectiva de sólido fluxo de caixa livre; ainda diz que empresa está preparada para lidar com o competitivo mercado de telecomunicações
Fitch reitera rating "AAA(bra)" para TIM Brasil
Fitch reitera nota de crédito positiva da TIM Brasil (crédito: Reprodução)

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings reforçou a nota nacional de longo prazo da TIM Brasil e de sua subsidiária TIM em “AAA(bra)” com perspectiva estável. O mesmo rating foi replicado à primeira emissão de debêntures com garantias da operadora.

Segundo a Fitch, a perspectiva estável se deve à expectativa de que a alavancagem líquida da tele permaneça abaixo de 1,0 vez. Além disso, a agência espera que a TIM siga reportando fluxos de caixa operacionais sólidos, com forte capacidade de distribuir dividendos.

Em comunicado, a agência salientou que a nota nacional da TIM Brasil “reflete seu forte perfil de negócios”, por ser controladora da terceira maior operadora de telefonia móvel do País.

“O rating também incorpora indicadores de crédito conservadores, com baixa alavancagem e robusta liquidez, bem como expectativas de sólido fluxo de caixa livre (FCF) antes da distribuição de dividendos nos próximos cinco anos – sustentados pelo crescimento da base de clientes pós-pagos e pela receita média por usuário (ARPU – Average Revenue Per User)”, afirma a Fitch.

Fundamentos do rating

A Fitch projeta que o número de linhas móveis cresça 1% ao ano no País nos próximos três anos, puxado pelos chips machine to machine (M2M). Para a banda larga fixa, estima alta semelhante. Por outro lado, acredita que a quantidade de linhas de telefone fixo e de assinaturas de TV paga diminuam 7% ao ano até 2027.

No caso da TIM, os serviços de telefonia móvel e vendas de aparelhos representam mais de 90% da receita. Os 10% restantes ficam com a banda larga residencial e a telefonia fixa. A empresa não tem negócios no segmento de TV por assinatura, portanto, não está exposta ao declínio do segmento.

Além disso, a Fitch avalia que “os investimentos em 5G não devem pressionar de forma significativa” o fluxo de caixa livre da operadora. A projeção é de que o gasto em ativo permanente se mantenha em torno de 20% da receita líquida, incluindo os reflexos dos acordos de compartilhamento de rede, do espectro adicional da Oi e da flexibilização da infraestrutura de fibra óptica, por meio da rede neutra da I-Systems.

“As mudanças no mercado de telecomunicações continuarão exigindo que as operadoras adotem estruturas operacionais enxutas e ofereçam pacotes de dados a preços competitivos”, analisa a agência de rating. “A empresa está bem preparada para lidar com o competitivo e regulado setor de telecomunicações, caracterizado pelo uso intensivo de capital e pela exposição às constantes mudanças tecnológicas”, complementa.

Controladora

Em sua análise, a Fitch ainda destacou que a companhia TIM Brasil e a marca comercial TIM têm perfil de crédito mais forte do que o controlador, o Grupo TIM (antiga Telecom Italia), cuja nota é BB-, com perspectiva negativa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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