Filtro que passou nos testes poderá ser feito por diferentes fabricantes
Apesar de apenas um filtro (LNBF), de um fabricante, ter sido considerado viável nos testes de campo de mitigação de interferências da 5G sobre a TV aberta transmitida por satélite (TVRO), haverá múltiplos fornecedores. Essa é a visão defendida pela Conexis e pela consultoria LCA.
Nesta quinta-feira, 15, a entidade divulgou um relatório que estima a diferença de custos entre a adoção de uma política pública que preveja a mitigação das interferências com o uso de filtros, ou outra que preveja a migração dos canais de TVRO para a banda Ku.
O relatório considera mais cara a saída da banda Ku, mesmo considerando que apenas um fabricante apresentou LNBFs que satisfez os critérios da Anatel. Segundo a consultora Claudia Viegas, da LCA, os testes apontaram um caminho de uma tecnologia que não é fechada. Outros fabricantes poderão fazer o mesmo equipamento, uma vez que a agência reguladora deverá soltar as especificações técnicas. O material cita, por exemplo, as empresas Visiontec, Greatek e Trinidade.
Ela ponderou, ainda, que mesmo para o caso de apenas um fabricante se apresentar, a migração para banda Ku prevê a aquisição e distribuição de muitos mais kits. “Entendo que o mercado não vai ficar restrito a um único fornecedor. De toda sorte, nossas fontes de dados aqui mostram que não é possível afirmar que vamos ter pressão maior de mercado em mitigação, uma vez que na migração tem muito mais gente para ser atendida”, afirmou.
Marcus Manhães, pesquisador senior da Fundação CPQD, que acompanhou os testes técnicos, concorda. “Há segurança técnica para dizer que a mitigação é possível. A questão não é mais técnica, é econômica. A especificação desse produto deve ser transportada para o mercado. E não representa o estado da arte. Outros fabricantes têm condições de repetir o desempenho. Embora seja um produto de um representante, pode ser transportado para múltiplos fornecedores”, disse.
